Equador aprova medidas de segurança de Noboa, mas rejeita suas propostas econômicas | Mundo

Por Milkylenne Cardoso
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A população do Equador aprovou uma série de medidas de segurança, incluindo a extradição de traficantes de drogas, enquanto rejeitou reformas econômicas, entregando uma vitória parcial ao presidente Daniel Noboa na consulta popular sobre as medidas para endurecer o combate à violência no país.

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Todas as nove propostas de Noboa para intensificar sua guerra contra os cartéis de cocaína foram aprovadas no plebiscito, de acordo com o resultado parcial desta segunda-feira. No entanto, os eleitores rejeitaram por grandes margens propostas para liberalizar o mercado de trabalho e permitir arbitragem internacional para investidores estrangeiros no país.

A votação foi o primeiro teste de popularidade do governo de Noboa, um empresário milionário de 36 anos que assumiu o poder em novembro por um período de apenas 18 meses e que poderá candidatar-se à reeleição em fevereiro do próximo ano. O resultado preliminar do plebiscito reflete o forte apoio às suas políticas antidrogas, que são fundamentais para sua tentativa de reeleição.

Por outro lado, sua derrota nas medidas econômicas enfraquece seu mandato para implementar reformas no país caso um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) seja anunciado futuramente, como é esperado. O apoio a essas políticas ficaram mais frágeis depois que Noboa aumentou os impostos, apesar de ter prometido reduzi-los, e não cumpriu outras promessas.

O referendo ocorreu em meio a uma crise internacional com o México, após Noboa enviar a polícia para a embaixada mexicana em Quito neste mês para prender um ex-vice-presidente condenado por corrupção. A violação dos protocolos diplomáticos do Equador causou ampla condenação internacional.

Enquanto isso, as pesquisas eleitorais mostram que Noboa ainda é “o favorito” na eleição do próximo ano, embora as chances de uma vitória no primeiro turno tenham diminuído, afirmou à “Bloomberg” a analista do grupo Eurasia, Risa Grais-Targow.

O presidente equatoriano ganhou grande apoio popular quando declarou estado de emergência e colocou o exército nas ruas para combater as gangues de crime organizado, que tornaram a nação de 17 milhões de habitantes mais violenta que o México e a Colômbia.

Embora os homicídios tenham diminuído, o Equador permanece extremamente violento. Quase 40 mil soldados foram mobilizados para fornecer segurança nos locais de votação, e prefeitos de duas cidades no sudoeste do Equador foram assassinados com poucas horas de diferença, dias antes da votação.

— Foto: AP Photo /Dolores Ochoa

Fonte: valor.globo.com

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