A Dívida Pública Federal (DPF) terminou março em R$ 6,638 trilhões, conforme divulgado hoje pelo Tesouro Nacional no Relatório Mensal da Dívida. O número representa alta de 0,65%, sempre em relação ao mês anterior.
Considerando os números do Plano Anual de Financiamento (PAF), a DPF encerrou o mês passado fora dos limites, que variam entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões no ano.
Já a Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) alcançou R$ 6,361 trilhões, alta de 0,67%.
Por sua vez, a Dívida Federal Externa somou R$ 276,73 bilhões (US$ 55,39 bilhões), alta de 0,21%.
As emissões da DPF corresponderam a R$ 168,72 bilhões, enquanto os resgates somaram R$ 182,09 bilhões, o que resultou em resgate líquido de R$ 13,37 bilhões. Desse total líquido, R$ 12,28 bilhões referem-se a emissão líquida da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) e R$ 1,09 bilhão referem-se a resgate líquido da Dívida Pública Federal Externa.
O percentual vincendo em 12 meses da DPF ficou em 18,92%, contra 18,98% no mês anterior.
Já o prazo médio ficou em 4,11 anos, contra 4,07 anos. Considerando a metodologia “Average Term to Maturity”, que permite melhor comparação do Brasil com outros países, a vida média da DPF passou de 5,39 anos para 5,44 anos.
O custo médio acumulado em 12 meses do estoque da DPF fechou março em 10,40%, contra 10,56% ao ano registrado no mês anterior. Já o custo médio da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) ficou em 10,69%, depois de marcar 10,97%.
No caso das emissões, o custo médio em oferta pública da DPMFi acumulado em 12 meses foi de 11,32% em março (11,51% em fevereiro). Nesse caso, as Letras do Tesouro Nacional (LTN) tiveram custo médio de 10,83% (11,07%), enquanto o custo para colocação de Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) fechou o mês em 11,00% (11,09%). As NTN-B tiveram custo de 5,59% (9,99%) e as LFTs saíram a 0,15% (12,51%).
Já o colchão de liquidez da dívida pública terminou março em R$ 887,41 bilhões, contra R$ 885,1 bilhões em fevereiro. O colchão é suficiente para cobrir 6,95 meses de vencimentos de títulos à frente.
Em fevereiro, o colchão era suficiente para cobrir 6,52 meses de vencimentos à frente.
A participação dos papéis pós-fixados na DPF variou de 42,64% em fevereiro para 41,77% em março. Pelos limites do PAF, essa participação deve variar entre 40% e 44% em 2024.
Já os títulos prefixados representaram 23,86% da DPF (contra 23,14% da DPF em fevereiro). Os papéis ligados a índices de preços representaram 29,95% do total (29,77%). Já aqueles ligados a câmbio ficaram em 4,43% (4,44%).
Pelos parâmetros do PAF, a participação dos papéis prefixados deve ficar entre 24% e 28% da DPF em 2024. Já os atrelados a índice de preços devem variar de 27% a 31% e os papéis ligados ao câmbio devem ficar entre 3% e 7%.
A participação de investidores não residentes na dívida mobiliária federal interna variou de 9,8% em fevereiro para 10,15% em março. Em valores absolutos, a fatia saiu de R$ 619 bilhões para R$ 646 bilhões.
Os fundos de investimento ficaram com participação de 22,87% (23,3% em fevereiro). As instituições de previdência fecharam em 23,29% (23,36%). As instituições financeiras encerraram o mês respondendo por 29,29% (28,82%). O governo respondeu por 3,91% (3,82%). Já as seguradoras ficaram com 3,93% (4,32%).
Tensões geopolíticas e inflação
O Tesouro Nacional afirmou nesta terça-feira que abril foi um mês “marcado por tensões geopolíticas e pela preocupação com a inflação global, principalmente” nos Estados Unidos, “onde os dados de emprego e de inflação novamente vieram acima do esperado”.
“Com isso, o sentimento de aversão ao risco cresceu, provocando perdas nas principais bolsas globais”, disse no Relatório Mensal da Dívida referente a março.
No Brasil, por sua vez, a curva de juros “apresentou ganho de nível” neste mês. “A ponta curta refletiu o aumento da preocupação do Banco Central com o cenário inflacionário”, disse. “Já a parte longa da curva ganhou nível motivada principalmente pelo movimento das treasuries e pela persistência inflacionária americana.”