A extrema-esquerda venceu as eleições legislativas na França, realizadas em dois turnos e decidida neste domingo (30), mas não conseguiu a maioria absoluta na Assembleia Nacional (parlamento), que é de 289 dos 577 assentos, e com isso a governabilidade no país entra em terreno desconhecido.
A coalizão Nova Frente Popular (NFP) – formada por legendas de esquerda como a radical França Insubmissa (LFI), liderada por Jean-Luc Mélenchon, e o Partido Socialista – obteve 182 deputados, e candidatos independentes alinhados ideologicamente com essa frente emplacaram outros 13.
O bloco Juntos, do presidente francês, Emmanuel Macron, que tinha a maior bancada na última legislatura, embora também sem maioria absoluta, conseguiu o segundo lugar, com 168 legisladores.
Ambas as coalizões ficaram em segundo e terceiro no primeiro turno, realizado em 30 de junho, e nas pesquisas de intenção de voto apareciam atrás do Reagrupamento Nacional (RN), partido de direita nacionalista comandado por Marine Le Pen, que acabou no terceiro lugar, com 143 cadeiras, juntamente com aliados.
O partido de centro-direita Os Republicanos obteve 45 assentos parlamentares, e outros candidatos independentes de direita somaram 15.
Com esse mapa político, a Assembleia Nacional ficará extremamente dividida e sem maioria absoluta de 289 deputados, inaugurando uma fase na qual a governabilidade da França está indefinida, especialmente em um país sem tradição de coalizões ou alianças entre campos ideológicos diferentes.
O poder de nomear um novo primeiro-ministro cabe a Macron, e os principais líderes da NFP, como Mélenchon e o secretário-geral do Partido Socialista, Olivier Faure, já pediram que o cargo fique com alguém dessa coalizão de extrema-esquerda.
Por sua vez, o atual primeiro-ministro, o macronista Gabriel Attal, já anunciou que nesta segunda-feira (8) apresentará sua renúncia ao presidente.
Macron aguardará nova composição parlamentar para decidir sobre premiê
O presidente da França, Emmanuel Macron, vai analisar o resultados das eleições legislativas deste domingo e a nova composição da Assembleia Nacional, o parlamento do país, para decidir quem será o próximo primeiro-ministro.
Fontes do Palácio do Eliseu afirmaram que Macron “aguardará a estruturação da nova Assembleia Nacional para tomar as decisões necessárias” e que “em seu papel de garantidor das instituições, ele zelará para que a decisão soberana do povo francês seja respeitada”.
Essa mensagem foi anunciada depois que os líderes da coalizão de esquerda radical Nova Frente Popular (NFP) – que, segundo pesquisas de boca de urna, foi a vencedora das eleições, mas não terá maioria absoluta parlamentar – mostraram intenção de liderar o próximo governo francês.