Os líderes da União Europeia (UE) devem decidir hoje sobre as novas lideranças em cargos-chave do bloco, em reunião que deve consolidar novo mandato da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apesar de críticas de outros líderes, como a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
O acordo que deverá levar a recondução de Leyen foi firmado nos últimos dias em negociações entre os líderes dos três principais grupos políticos no Parlamento Europeu, deixando de fora o grupo de Meloni, que obteve o maior crescimento na última eleição europeia.
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Pela negociação acordada entre os conservadores, social-democratas e liberais europeus, Leyen será reconduzida para um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia. António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal, será nomeado para suceder o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto Kaja Kallas, a primeira-ministra da Estônia, será a principal diplomata do bloco e substituir Josep Borrell.
A eleição do Parlamento Europeu, realizada entre os dias 6 a 9 de junho, viu a direita ganhar força na UE, provocando derrotas para partidos tradicionais da França e Alemanha.
Apesar do avanço, os três principais grupos políticos da UE conseguiram manter a maioria dos assentos e não levaram em consideração o crescimento do grupo de extrema-direita de Meloni, que agora controla o terceiro maior grupo político no Parlamento Europeu.
Meloni criticou o acordo feito entre os três grupos mais tradicionais da política europeia e disse que a formação de governo proposta não levou em conta a vontade dos cidadãos da UE “que estão pedindo uma Europa mais concreta e menos ideológica.”
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, que fez parte da negociação da coalizão governista, disse que a posição comum entre os três grupos foi alcançada apenas “para facilitar o processo” e não para enfraquecer Meloni.
“A decisão cabe à senhora Meloni e aos outros líderes,” disse Tusk, que foi presidente do Conselho Europeu de 2014 a 2019. “Não há decisão sem a primeira-ministra Meloni. Isso é óbvio.”