O ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021), candidato
republicano para as eleições de novembro nos Estados Unidos, disse que não
daria nem US$ 0,10 ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, para
investir na questão da migração.
Trump fez essas declarações durante uma entrevista à Fox
News, na qual reagiu aos comentários feitos por Obrador há uma semana em uma
entrevista à CBS, na qual ele pediu aos Estados Unidos que invistam US$ 20
bilhões por ano no desenvolvimento da América Latina para, assim, reduzir a
migração para o país mais rico do continente (e do mundo).
O magnata nova-iorquino rejeitou o pedido de López Obrador e
sugeriu que, se ele estivesse na Casa Branca, o mexicano nem teria se atrevido
a fazer tal pedido.
“Ele disse que quer US$ 10 bilhões essencialmente apenas
para conversar, US$ 10 bilhões para conversar, e isso foi divulgado desde
então, e não, isso não aconteceria comigo, com o muro [que pretende concluir na
fronteira com o México]”, afirmou.
“É muito simples: falta respeito pelo presidente [americano,
Joe Biden]. Eles nunca diriam isso para mim. Eles nunca diriam antes mesmo de
conversarmos. Eles querem US$ 10 bilhões por ano, o México simplesmente pediu
US$ 10 bilhões por ano. Eles nunca pediriam isso. Eu não daria a eles dez
centavos”, disse Trump.
“O dia mais importante da história do nosso país será 5 de
novembro [data da eleição americana]. Nosso país vai mal e vai mudar no dia 5
de novembro, e se não mudar, não teremos mais país”, disse o republicano.
Obrador vem pedindo que os Estados Unidos invistam bilhões
de dólares no desenvolvimento de países empobrecidos da América Latina e do
Caribe como estratégia para evitar que seus cidadãos sejam forçados a migrar
para o norte.
Enquanto isso, Trump, que chegou à Casa Branca em 2017 com a
promessa de construir um muro na fronteira com o México, adotou uma forte
retórica anti-imigração em seus comícios de campanha.
Ele afirmou que os estrangeiros “envenenam” o sangue dos EUA
e propôs planos que vão desde deportações em massa até a construção de centros
gigantescos para deter migrantes sem documentos.
Segundo dados da agência de proteção das alfândegas e
fronteiras dos Estados Unidos, no ano fiscal de 2023 (de outubro de 2022 a
setembro de 2023), houve um recorde de flagrantes de tentativas de travessia
ilegal na fronteira sul do país, com 3,2 milhões de registros.
No ano fiscal de 2024 (outubro de 2023 até fevereiro), já são quase 1,5 milhão de flagrantes. (Com Agência EFE)