No Brasil, o tema escolhido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA – a partir da relação entre recursos hídricos e mudança climática foi “A Água Une, o Clima nos Move”.
As duas ideias se entrecruzam, pois levam em conta a urgência de reavaliar e corrigir alterações que mudam o equilíbrio da natureza geradas pelos impactos das mudanças climáticas e o aumento populacional; ambos os fatores acarretam uma maior demanda pela água – um recurso limitado.
O cenário de emergência climática afeta sobretudo populações mais vulneráveis com a falta de água boa para beber, a dificuldade do abastecimento de alimentos e o aumento de doenças.
Um documento da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – Unesco –, de 2023, relata que cerca de 2 bilhões de pessoas não têm água potável de qualidade e 3,6 bilhões não têm acesso a saneamento. Na conclusão do documento, outra constatação: a de que a população urbana global já enfrenta a esscassez de água, com um cenário à frente nada animador, segundo estimativas.
Nesse contexto, a campanha da ONU aponta que a água tanto pode criar paz como desencadear conflitos. Quando a água é escassa ou poluída, ou quando as pessoas lutam pelo acesso, as tensões podem aumentar. No entanto, quando há cooperação entre os países cujas bacias hidrográficas são transfronteiriças podemos equilibrar a necessidade de água de todos e ajudar a estabilizar o mundo.
A união pela água, um bem comum, deve ser de interesse de todos: sociedade civil, governos nacionais e locais, povos indígenas, imprensa em geral, setor privado e comunidade científica. É uma questão que nos atravessa.
Em artigos publicados no jornal ((o)) eco, o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, vem falando sobre as alterações do clima e os impactos sobre a água por conta das atividades humanas que ultrapassam limites das alterações aceitáveis pelos ecossistemas hídricos, levando à fragilização global desses ecossistemas produtores de água – cerca de um quinto das bacias hidrográficas do mundo está passando por flutuações severas na disponibilidade de água. Entre muitas outras observações relevantes, continua: estamos na era das mudanças climáticas, as quais provocam alterações no regime pluviométrico e acelera os processos de desertificação, com danos à sociedade humana e às espécies vivas.
Portanto é prioritário o esforço de todos para que se interrompa as ações que vêm aumentando a emergência climática e nos unamos em prol da manutenção do recurso natural essencial para a vida – a água – que, por isso, cumpre um papel fundamental na estabilidade e prosperidade do mundo.