A empresa matriz da rede social de Donald Trump, Truth Social, viu suas ações subirem 54% apenas meia hora depois de abrir o capital em seu primeiro dia de negociação na Bolsa de Valores de Nova York, em um negócio que pode gerar receitas de US$ 3 bilhões (quase R$ 15 bilhões) ao ex-presidente dos Estados Unidos.
Na abertura das negociações, a Trump Media & Technology Group (TMTG) foi listada pela primeira vez no índice Nasdaq sob a sigla DJT – as iniciais de Trump – com um preço de US$ 70 (R$ 348) por ação, o que lhe confere um valor de mercado de cerca de US$ 9,5 bilhões (R$ 47,3 bilhões).
O alto preço das ações significa que a participação de aproximadamente 60% de Trump agora vale cerca de US$ 5,5 bilhões (R$ 27,3 bilhões), de acordo com o Wall Street Journal.
No fechamento da bolsa, a alta inicial amenizou e os ativos fecharam o dia com ganhos de 16,10%, a US$ 57,99 (R$ 288,86), negociados com o ticker DJT.
A TMTG, uma fusão entre a Truth Social e a Digital World Acquisition Corp (DWAC, uma holding de corretoras), substitui a última na Bolsa de Valores de Nova York.
Essa é a primeira vez em quase 30 anos que uma empresa de Trump abre capital, depois que sua rede de hotéis e cassinos abriu o capital em 1995, que acabou em falência e deixou de ser negociada na bolsa alguns anos depois.
Desta vez, o magnata republicano está impedido de vender ações da TMTG por pelo menos seis meses, o que o proibirá de usar o dinheiro da venda para tratar de seus inúmeros processos judiciais (embora exista a possibilidade de o conselho de administração votar para permitir que Trump venda ações antes disso).
Na segunda-feira (25), o pré-candidato republicano para a próxima eleição presidencial dos EUA teve notícias de dois processos que enfrenta na cidade de Nova York: um por fraude civil e outro por 34 delitos relacionados a pagamentos irregulares a uma atriz pornô em 2016, um julgamento que começará em 15 de abril.
Em um dos documentos da TMTG publicados na Securities and Exchange Commission (SEC), a empresa reconhece o risco que representam para a reputação da empresa as frentes legais que permanecem abertas para Trump. “Um resultado adverso em um ou mais dos processos legais em andamento envolvendo o presidente Trump poderia afetar negativamente a TMTG e sua plataforma Truth Social”, diz o comunicado.
Wall Street avalia a Trump Media em cerca de US$ 14 bilhões (R$ 69,7 bilhões), um preço que alguns analistas consideram exorbitante, considerando que a empresa está acumulando prejuízos e que seu principal produto, o Truth Social, está perdendo usuários.
Por outro lado, parece que essa operação também responde a um movimento político, em linha com a rejeição de Trump e de sua empresa às grandes redes sociais, que eles consideram estar vinculadas à “censura”.
“Como uma empresa de capital aberto, perseguiremos apaixonadamente nossa visão de construir um movimento para recuperar a internet dos grandes censores tecnológicos”, diz Davin Nunes, diretor da Trump Media, no documento. (Com Agência EFE)