O reajuste de preços pela Petrobras, anunciado hoje, irá acrescentar até 0,19 ponto porcentual (p.p.) ao IPCA de 2024, avaliam analistas. A companhia comunicou nesta segunda-feira que, a partir de amanhã (9), ajustará seus preços de venda de gasolina A para as distribuidoras para R$ 3,01 por litro, um aumento de R$ 0,20 por litro.
Para o gás liquefeito de petróleo (gás de cozinha), a Petrobras elevou o preço para R$ 34,70 por botijão de 13kg, equivalente a R$ 3,10.
A MCM Consultores calculou um impacto de 0,19 p.p., sendo 0,13 p.p. do aumento do preço da gasolina vendido às distribuidoras. O etanol, que costuma acompanhar o preço da gasolina, deve também sofrer reajuste, acrescentando outro 0,02 ponto porcentual, nos cálculos da economista Basiliki Litvak.
Já o reajuste do GLP para R$ 34,70 por botijão de 13 kg terá efeito de 0,04 ponto porcentual sobre o IPCA do ano. Litvak prevê que dois terços deste efeito devem se manifestar já no IPCA de julho e o restante no mês seguinte.
A MCM também estima que o impacto total sobre os IGPs do anúncio da Petrobras será de 0,16 p.p., considerando tanto os efeitos sobre os IPAs como sobre os IPCs.
Já nos cálculos da Warren os reajustes de preço da gasolina e do gás de cozinha devem acrescentar 0,18 ponto porcentual ao IPCA do ano.
Segundo Andréa Angelo, estrategista de inflação da corretora, a alta de R$ 0,20 por litro no preço da gasolina vendido pela estatal para as distribuidoras implica em um aumento em torno de 2,50% na bomba e um impacto total de 0,13 p.p., sendo 0,09 p.p. já no mês de julho. Já o reajuste do GLP acrescentam outros 0,05 pontos percentuais.
Assim, a projeção da Warren para o IPCA de 2024 passa de 4,10% para 4,28%.
A ASA Investments elevou sua projeção para o IPCA este ano de 3,90% para 4,00% após o anúncio dos reajustes.
“O impacto estimado no IPCA é de 0,20 ponto percentual, dividido entre os meses de julho e agosto (0,10 p.p.em cada mês)”, diz o economista Leonardo Costa em comentário distribuído. “Com isso, o IPCA de julho passa a ser projetado em 0,35% (ante 0,25%) e o de agosto, em 0,19% (ante 0,09%).