Prefeita diz que Macron “estragou” Jogos de Paris com eleição

Por Milkylenne Cardoso
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A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, acusou o presidente da França, Emmanuel Macron, de “estragar a festa” dos iminentes Jogos Olímpicos com sua convocação de eleições legislativas antecipadas.

“Recebi muito mal o anúncio da dissolução [da Assembleia Nacional] pouco antes dos Jogos. Eu estava convencida de que seria mais tarde. Em um gesto de maltrato ao povo francês, o presidente está estragando a festa. Por que estragar esse belo momento com essas eleições decididas em cima da hora, sem consultar ninguém?”, lamentou a prefeita socialista ao jornal Ouest France.

Porém, Hidalgo, prefeita desde 2014, afirmou que o resultado das eleições (o segundo turno será em 7 de julho) não terá influência sobre os Jogos Olímpicos, que começam em 26 de julho.

“Paris está pronta para sediar os Jogos e a festa olímpica. Será uma linda festa popular. Estou animada”, proclamou. Sobre a segurança, a questão que mais preocupa as autoridades, ela disse que “tudo está sob controle”.

“Um evento como esse obviamente envolve riscos, mas os serviços [de segurança] de todos os países estão cooperando de forma eficaz”, garantiu.

Hidalgo também está confiante de que as águas do rio Sena ficarão limpas o suficiente para permitir a realização dos eventos de triatlo e maratona aquática.

As análises divulgadas na semana passada sugeriram que a qualidade da água não estava adequada para a natação, devido às fortes chuvas das últimas semanas.

“Precisamos de um bom tempo agora. No ano passado, o Sena estava adequado para banho durante a maior parte do verão, inclusive fizemos muito desde então. Estou muito confiante”, comentou.

A prefeita assegurou que ela mesma se banhará no Sena “depois de 14 de julho e antes da cerimônia de abertura”, um evento para o qual convidará Macron. “Vamos ver se ele quer vir nadar”, declarou.

Hidalgo é amiga do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem entregou em março de 2020 o título de cidadão honorário de Paris.

O Conselho da capital francesa, equivalente à Câmara de Vereadores, havia aprovado a concessão da honraria no ano anterior, quando Lula ainda estava preso em Curitiba.

À época, a prefeitura de Paris citou que o título era um reconhecimento pelo “engajamento de Lula na redução das desigualdades sociais e econômicas no Brasil” e por políticas “contra as discriminações raciais”.

Macron convocou eleições antecipadas para a Assembleia Nacional depois que o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen e Jordan Bardella, foi o mais votado nas eleições francesas para o Parlamento Europeu, realizadas em 9 de junho. (Com Agência EFE)

Fonte: www.gazetadopovo.com.br

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