Os pais de um adolescente responsável por fazer um massacre a tiros em uma escola localizada no estado do Michigan, nos EUA, em 2021, receberam penas de 10 a 15 anos de prisão cada nesta terça-feira (9).
O julgamento, que culminou na condenação de Jennifer e James Crumbley,
destacou a responsabilidade dos progenitores no acesso do jovem à arma
utilizada no massacre e na negligência dos sinais de sua deterioração mental.
O filho do casal, Ethan Crumbley, realizou o ataque a tiros na Oxford High School em 2021, quando tinha 15 anos. O ataque resultou na morte de quatro estudantes e ferimentos em outros seis alunos e um professor.
Ethan já havia se declarado culpado das acusações e recebeu uma sentença de
prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional, em dezembro de 2022, ano
seguinte ao ocorrido.
Durante o julgamento dos Crumbley, a acusação quis deixar evidente perante o
tribunal que os pais permitiram que o filho tivesse acesso à arma com a qual cometeu
o crime, uma arma que o pai, James, havia comprado apenas quatro dias antes do
tiroteio.
Além disso, os pais também foram acusados de ignorar os “problemas
de saúde mental” do filho, como evidenciado, por exemplo, por um desenho que
ele fez de uma arma e um homem ferido com frases como: “Os pensamentos não
param. Me ajude. Minha vida não tem sentido”.
Os advogados do casal ressaltaram que eles não sabiam da
condição mental do filho e não poderiam imaginar que ele atiraria nos colegas.
Antes de receber sua sentença, Jennifer Crumbley, de 46 anos,
disse que expressava sua “mais profunda tristeza” pelo crime cometido por seu
filho, acrescentando que não imaginava que o mesmo fosse capaz de matar.
Jennifer e James Crumbley tinham sido presos logo após o tiroteio na escola e, desde então, estavam
detidos sob fiança conjunta de US$ 1 milhão.
A condenação, por homicídio culposo, marca um precedente legal nos EUA, pois representa a primeira vez que os pais ou responsáveis legais de um menor são condenados por um tiroteio. (Com Agência EFE)