O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou durante entrevista ao jornal americano The Wall Street Journal, neste domingo (7), que o país pode entrar novamente em guerra com o Líbano, caso os ataques pela fronteira que divide os dois territórios não sejam encerrados.
Desde que a morte do número dois do Hamas foi confirmada, na semana passada, uma escalada do conflito no Oriente Médio, iniciado há três meses, se mostra cada vez mais possível. O grupo terrorista Hezbollah prometeu “vingar” o suposto ataque que assassinou Saleh Al Arouri, uma das lideranças da milícia palestina, em Beirute.
Na entrevista, Gallant disse que a luta contra o Hamas deve servir para dissuadir outros representantes apoiados pelo Irã na região de lançarem seus próprios ataques contra Tel Aviv. “Israel não tem medo de entrar em guerra com o grupo terrorista Hezbollah, apoiado pelo Irã, no Líbano, se a situação se tornar difícil”, afirmou.
Segundo o ministro da Defesa, a guerra de seu país contra o grupo terrorista atuante em Gaza é necessário, entre outros propósitos, para alertar o Irã e seus apoiadores a não lançarem ataques semelhantes no futuro. “Minha visão básica: estamos lutando contra um eixo, não contra um único inimigo. O Irã está construindo um poder militar em torno de Israel para o utilizar futuramente”, afirmou.
Embora Teerã tenha afirmado que o Hamas agiu de forma independente no massacre do dia 7 de Outubro, quando membros do grupo terrorista invadiram o território israelense, matando cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e sequestrando outras 240, o país persa elogiou publicamente o ataque mortal. Ainda, as Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram no domingo que descobriram equipamentos usados pelo Hamas para desenvolver mísseis guiados de precisão sob a tutela iraniana.
Desde 8 de outubro, a milícia libanesa Hezbollah e outras facções terroristas aliadas ao Líbano têm se envolvido em confrontos diários pela fronteira com tropas israelitas, tendo como alvo comunidades civis com ataques de drones, foguetes e mísseis, e forçando milhares de pessoas a deixarem suas casas.
Os dados atualizados sobre os ataques na fronteira apontam que quatro civis e nove soldados das IDF foram mortos do lado israelense, até o momento.
Gallant finalizou a entrevista deste domingo (7) dizendo que “a ideia do Hamas, do Hezbollah e do Irã decidirem como os israelenses viverão suas vidas era algo inaceitável para o país”. Embora a prioridade de Israel não seja envolver-se numa escalada da guerra com o Hezbollah, o ministro afirmou que 80 mil pessoas precisam poder regressar às suas casas em segurança e, “se todo o resto falhar, estamos dispostos a sacrificar-nos”.