Milhares vão às ruas na Colômbia para protestar contra o governo de Gustavo Petro | Mundo

Por Milkylenne Cardoso
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Milhares de manifestantes de oposição ao governo do esquerdista Gustavo Petro voltaram às ruas da capital e de outras cidades da Colômbia para protestar contra as reformas sociais promovidas pelo presidente, a sua proposta de reformar a Constituição e contra problemas econômicos e de segurança.

“É uma marcha onde todos saem para dizer ao presidente: ‘não é assim que as coisas são, você ganhou as eleições, mas saiba governar’”, disse Idelfonso Méndez, 58 anos, à Associated Press.

As manifestações contra e a favor do governo tornaram-se uma constante na Colômbia desde que Petro chegou ao poder em 2022, tornando-se o primeiro presidente de esquerda num país que sempre foi governado por conservadores e moderados. A oposição exige as suas políticas, enquanto Petro apela pela defesa de seus apoiadores.

Petro levantou a possibilidade de levar o país a um processo de reforma da Constituição como forma de alcançar as transformações sociais que prometeu em sua campanha eleitoral e que o Congresso não aprovou. No entanto, o processo em que isso seria feito não está claro.

“O constituinte é o povo que se autoconvoca para decidir o que há décadas não consegue ser resolvido pelos poderes instituídos”, explicou Petro.

No início de abril, o presidente sofreu uma derrota no Congresso, onde os senadores engavetaram a reforma da saúde, a mais avançada do processo e também a mais polêmica. A proposta propunha reduzir a intermediação de atores privados e dar ao Estado maior controle do dinheiro e dos serviços de saúde que o governo descreveu como deficientes.

No entanto, o governo anunciou decretos que modificam o sistema de saúde no mesmo sentido que a reforma quis fazer e ordenou a intervenção forçada para gerir duas das maiores Entidades de Promoção da Saúde (EPS) do país: Sanitas e Nueva EPS.

As mudanças no sistema de saúde que vigoram na Colômbia há 30 anos geraram preocupação no setor e mais de 60 associações aderiram aos protestos no que chamaram de “A Marcha dos Jalecos Brancos”.

“Não negamos as deficiências, a corrupção, a falta de recursos, mas uma coisa é negar as deficiências e outra coisa é dizer que a solução que propõem é a adequada, esse é o problema”, disse à AP Rubén Luna, presidente da Sociedade Colombiana de Transplantes e membro da Associação Colombiana de Cirurgia, que pede que sejam incluídos na busca de soluções para o sistema de saúde.

Fonte: valor.globo.com

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