No Brasil, o voto é obrigatório, exceto para adolescentes entre 16 e 18 anos de idade e também as pessoas com mais de 70. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no país há 156.454.011 pessoas aptas a votar. Em comparação com 2018, o número dos chamados votos facultativos cresceu de forma expressiva: há 24% mais idosos e 51% mais adolescentes compondo o eleitorado. O advogado especialista em ciência política, Cássio Faeddo, destaca que o interesse política dessa parte da população tem crescido, mas ressalta também a mudança de perfil demográfico no Brasil. “A quantidade de filhos diminuiu, principalmente com as classes médias, e a população com mais idade abre um pouquinho mais, estamos em um país com uma população um pouquinho mais velha, um país mais maduro, e é a tendência de amadurecimento pela pouca prole das pessoas hoje em dia”, diz. Por outro lado, o TSE intensificou as campanhas com influenciadores e artistas para chamar a atenção do público jovem.
Denite Bonfim do Prado tem 75 anos. Ela é aposentada por tempo de serviço, mas continua atuando como jornalista. Mesmo não sendo obrigada a votar, ela pretende exercer o direito nestas eleições de 2022. Denite viveu o período da Ditadura Militar e diz que, mesmo nessa época, quando não se podia escolher o presidente, fazia questão de participar como podia da escolha dos representantes estaduais. Para ela, voto é um dos maiores atos de cidadania. “Pretendo votar este ano, continuo sempre votando porque acredito que seja um ato de cidadania. Em um país que é formado por cidadãos com obrigações e direitos, um país livre, próspero, todos votam, todos participam, devem participar dessa festa da democracia”, afirma.
Assim como Denite, dona Maria José também escolheu ir às urnas nas próximas eleições. Aos 72 anos, a professora do ensino fundamental já se aposentou das salas de aulas, mas apenas para lecionar, porque em outubro ela estará em uma sala para votar. Para Maria José, participar do processo eleitoral é essencial para que os cidadão seja parte integrante da política e manifeste seu interesse público. “A gente acredita que, ao votar, que essas pessoas [eleitas] vão fazer os anseios da população, da sociedade. Tá tão difícil a nossa situação que se a gente deixa de votar a gente não vai conseguir escolher os nossos representantes. A sociedade está tão descrente, não acredita em quase mais ninguém”, comenta.
Fonte: JP…