A principal líder opositora ao regime
de Nicolás Maduro, María Corina Machado, alertou nesta quarta-feira (3) um
grupo de países sobre o risco de ser presa na Venezuela, onde, segundo ela,
ocorreram “fatos graves” relacionados às eleições presidenciais
marcadas para 28 de julho.
“Atualmente, minhas equipes
em todo o país correm o risco de desaparecimento forçado, e eu mesma poderia
ser submetida a detenção injustificada”, afirmou a opositora em uma carta
enviada a 18 países das Américas, da Europa e da África, assim como ao alto
representante da União Europeia para Relações Exteriores e a Política de
Segurança, Josep Borrell.
Machado, inabilitada pelo regime
chavista para ocupar cargos públicos até 2036, insistiu que lutará por
“eleições livres” em julho, onde o ditador Maduro tentará se
perpetuar no poder com um terceiro mandato.
Para ela, é essencial maximizar
os recursos diplomáticos para que os acordos sobre garantias eleitorais
assinados entre o chavismo e a principal coalizão opositora, a Plataforma Unitária
Democrática (PUD), sejam “totalmente cumpridos”.
“Para isso, o
acompanhamento desses países é crucial para que se possa avançar em um caminho
pacífico, democrático, constitucional e eleitoral rumo a uma transição ordenada
para a democracia e a liberdade”, enfatizou.
A líder opositora, que sugeriu a
historiadora Corina Yoris como candidata à presidência em seu lugar, espera que
sua substituta possa ser incluída na disputa até 10 dias antes das eleições.
Yoris, sem impedimentos
políticos ou administrativos, não conseguiu ser registrada no Conselho Nacional
Eleitoral (CNE), liderado por chavistas, que aceitou apenas a candidatura do
diplomata Edmundo González Urrutia, pouco conhecido no país, como representante
temporário da oposição.
Machado destacou que o acordo eleitoral, assinado em outubro do ano passado em Barbados, foi completamente violado pela ditadura de Caracas e culpou Maduro por impor impedimentos e obstáculos à participação da oposição nas eleições de julho. (Com Agência EFE)