O governo da Argentina acusou nesta terça-feira (26) o regime de Nicolás
Maduro de ter cortado o fornecimento de energia elétrica para a sede de sua
embaixada que fica localizada em Caracas.
A acusação ocorreu por meio de um comunicado oficial do escritório da Presidência
Argentina divulgado no X (antigo Twitter). Neste comunicado, a Argentina
confirmou que está asilando na residência oficial da embaixada em Caracas
membros da oposição venezuelana que estão sendo perseguidos pela ditadura
chavista. O comunicado não cita a quantidade de opositores que estão sob a
proteção argentina.
De acordo com diversas agências, cerca de seis opositores de Maduro estariam
refugiados na embaixada argentina em Caracas. Todos eles possuem um mandado de
prisão em aberto por suposta participação em uma “conspiração” contra o regime
chavista.
O portal Infobae identificou cinco dos opositores que estariam sob a
proteção argentina, são eles: Pedro Urruchurtu; Magalli Meda (chefe de campanha
da opositora María Corina Machado); Humberto Villalobos; Claudia Macero e Omar
González. O nome do sexto não foi encontrado.
O comunicado oficial emitido pela Argentina nesta terça cita que a situação institucional na Venezuela continua a se deteriorar, com atos de hostilidade e perseguição dirigidos contra figuras políticas” da oposição. O documento ressalta a “histórica vocação de fomento e salvaguarda dos direitos humanos fundamentais” da Argentina e seu compromisso efetivo com esses princípios.
O comunicado diz que “a Argentina, ancorada no artigo 22 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, acolheu líderes políticos da oposição em sua Residência Oficial da Embaixada em Caracas, oferecendo-lhes proteção” e que o presidente argentino, Javier Milei, expressou preocupação quanto ao corte de energia que é fornecida à embaixada, que teria ocorrido nesta segunda-feira (25).
“A República Argentina manifesta sua preocupação pelo incidente ocorrido
ontem, que resultou na interrupção do fornecimento elétrico na residência
oficial em Caracas, e adverte ao governo da Venezuela sobre qualquer ação
deliberada que ponha em risco a segurança do pessoal diplomático argentino e
venezuelanos sob proteção, lembrando a obrigação do Estado receptor de
salvaguardar as instalações da missão diplomática contra intrusões ou danos e
preservar a tranquilidade e dignidade da mesma”, diz um trecho do documento.
O comunicado conclui com um apelo direto ao ditador Maduro para assegurar a “segurança e integridade do povo venezuelano e convocar eleições transparentes, livres, democráticas e competitivas, sem proscrições de nenhum tipo”.