O portal WikiLeaks anunciou na rede social X que Julian Assange saiu nesta segunda-feira (24) da prisão de segurança máxima onde estava no Reino Unido e já deixou o país com o objetivo de retornar à Austrália.
O anúncio do WikiLeaks foi feito depois que documentos judiciais revelaram que Assange chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que permitirá que ele retorne à Austrália e encerre uma longa saga legal sobre o vazamento de documentos confidenciais.
Assange comparecerá na quarta-feira, às 9h locais (20h de terça-feira em Brasília), a um tribunal nas Ilhas Marianas, um território dos EUA no oceano Pacífico, para finalizar o acordo com o Departamento de Justiça americano.
A audiência ocorrerá nesse arquipélago devido à proximidade com a Austrália e à oposição de Assange em viajar para o território continental dos EUA.
A Justiça dos EUA acusou Assange de até 18 crimes relacionados a violações da Lei de Espionagem devido a um dos maiores vazamentos de informações confidenciais da história do país em 2010, que revelou segredos das guerras no Iraque e no Afeganistão, assim como dados sobre detentos na base da Baía de Guantánamo, entre outros temas.
Segundo o acordo firmado com o Departamento de Justiça, Assange, de 52 anos e cidadão australiano, vai se declarar culpado de uma única acusação de conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais.
Segundo o acordo, que ainda precisa ser aprovado por um juiz, Assange seria condenado a 62 meses de prisão, o equivalente ao tempo que já cumpriu na prisão de alta segurança de Belmarsh, no Reino Unido.
Assange vinha enfrentando acusações nos EUA desde que foi indiciado por um grande júri em 2019 pelo grande vazamento de documentos obtidos pela soldado Chelsea Manning em 2010.
Esses documentos incluíam um vídeo de tropas dos EUA atirando em civis no Iraque em 2007, além de atrocidades no Afeganistão e 250 mil telegramas diplomáticos que constrangeram líderes mundiais.
Além disso, em 2016, Assange se envolveu na eleição presidencial dos EUA ao revelar, por meio do WikiLeaks, que a campanha da ex-secretária de Estado Hillary Clinton havia contado com apoio do Partido Democrata para minar seus concorrentes pela indicação para concorrer à presidência do país pela legenda.