O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Japão,
Fumio Kishida, anunciaram nesta quarta-feira (10) um novo plano abrangente de
cooperação militar entre seus países, que incluem projetos militares e a reestruturação
do comando militar americano no Japão, visando facilitar a coordenação com as
forças japonesas.
A intensificação da parceria visa contrapor as influências crescentes da
China e da Rússia no cenário global.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta na Casa Branca, os líderes
discutiram questões críticas como as tensões em Gaza e Israel, a guerra na
Ucrânia e a situação na Coreia do Norte, destacando o papel cada vez mais
relevante do Japão para os Estados Unidos.
Biden enfatizou que a aliança EUA-Japão é defensiva e mencionou sua recente
conversa com o ditador chinês, Xi Jinping.
O novo plano militar anunciado por EUA e Japão inclui uma rede de defesa de
mísseis aéreos desenvolvidos pelos países em parceria com a Austrália e a
participação de astronautas japoneses em missões da NASA à Lua. Além disso,
cerca de 70 acordos de cooperação em defesa foram firmados, visando aprimorar a
capacidade de resposta conjunta em caso de crises.
Kishida, que também se encontrará com o presidente das Filipinas, Ferdinand
Marcos Jr., que recentemente aproximou seu país novamente dos EUA, ressaltou a
importância da cooperação com os americanos para evitar conflitos como o da
Ucrânia na região da Ásia-Pacífico. O premiê japonês enfatizou a necessidade de
manter o diálogo com a China, apesar das crescentes tensões marítimas entre o
regime comunista e os países pelo Mar do Sul.
Mesmo com o acordo, Biden disse estar “aberto” para o diálogo com a Coreia
do Norte, buscando uma abordagem “positiva” com o país se as condições forem
adequadas. O democrata destacou a importância de abordar as preocupações
humanitárias e de direitos humanos, incluindo a questão dos sequestros de
cidadãos japoneses pela Coreia do Norte.
“Saúdo a oportunidade de diálogo com a República Popular
Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) por parte de nossos
aliados. Já disse muitas vezes que estamos abertos ao diálogo a qualquer
momento, sem condições prévias”, declarou.
O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e o antecessor de Biden, o republicano Donald Trump (2017-2021), se reuniram três vezes entre 2018 e 2019, um passo histórico desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), que dividiu a península coreana em dois países, Coreia do Norte e Coreia do Sul. (Com Agência EFE)