Israel alertou que os bombardeios contra a organização Jihad Islâmica na Faixa de Gaza podem durar uma semana. O exército “se prepara atualmente para uma operação de uma semana”, afirmou um porta-voz militar, acrescentando que “não há negociações para um cessar-fogo”. Segundo o Ministério da Saúde do enclave palestino, 24 pessoas, incluindo seis crianças, morreram desde o início dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza. O Ministério da Saúde de Gaza atribuiu as mortes à “agressão israelense”, bem como os 203 feridos desde o início da operação na sexta-feira, 5. Os balanços anteriores citavam 15 óbitos. Israel não confirma a realização de um novo ataque no qual menores foram mortos e culpa a organização Jihad Islâmica. “As forças de segurança israelenses não realizaram nenhum bombardeio em Jabalia nas últimas horas”, declarou o governo em um comunicado. “Está irrefutavelmente provado que este incidente é o resultado de um disparo de foguete fracassado lançado pela Jihad Islâmica”, acrescentou. O líder da Jihad Islâmica em Gaza, Mohamed Al Hindi, afirmou que “a batalha apenas começou”.
O chefe da diretoria de operações do exército israelense, Oded Basik, declarou na noite de sábado que “a alta cúpula da ala militar da Jihad Islâmica em Gaza foi neutralizada”, na Faixa de Gaza após dois dias de ofensiva israelense com bombardeios contra a organização armada Palestina. Sábado marcou o segundo dia da escalada mais grave de violência no território palestino desde a guerra de maio de 2021. Desde sexta, Israel bombardeia o território palestino em um ataque “preventivo” por possíveis represálias pela detenção de um líder da Jihad Islâmica na Cisjordânia, o segundo maior grupo armado do território, depois do Hamas no poder. No primeiro dia de bombardeio, Tayseer al Jabari ‘Abu Mahmud’, um dos principais líderes da organização que está na lista de grupos terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, foi morto. Como resposta, a organização Jihad Islâmica que disparou “mais de 100 foguetes” de Gaza contra Israel. “Como resposta inicial à morte do comandante Taysir al Jabari e seus irmãos mártires, a Brigada Al Qods cobriu Tel Aviv, as cidades centrais israelenses e áreas próximas à Gaza com mais de 100 foguetes”, disse a ala militar da Jihad Islâmica. Israel alega que os ataques são direcionados contra locais de fabricação de armas do grupo alinhado com o movimento Hamas – que governa Gaza desde 2007 -, mas que geralmente atua de forma independente. Os civis de Israel procuraram abrigos antiaéreos, enquanto as sirenes alertavam para disparos de foguetes na região de Tel Aviv no sábado à noite.
Em Gaza, a única central de energia elétrica foi obrigada a fechar por falta de combustível, devido ao bloqueio das entradas do território por parte de Israel desde terça-feira. O ministério da Saúde afirmou que as próximas horas serão “cruciais e difíceis” e advertiu que existe o risco de suspensão dos serviços vitais em 72 horas, consequência da falta de energia elétrica. Este é o confronto mais grave entre Israel e as organizações armadas em Gaza desde a guerra de 11 dias de maio de 2021, que deixou 260 mortos no lado palestino, incluindo combatentes, e 14 mortos em Israel, incluindo um soldado. Israel e grupos armados em Gaza travaram quatro guerras desde 2007. O Egito, mediador histórico entre o Estado hebreu e os grupos armados em Gaza, informou que poderia receber uma delegação da Jihad Islâmica nas próximas horas, e, segundo autoridades egípcias, o país tenta intervir no conflito. A Liga Árabe criticou a “feroz agressão israelense”, enquanto a União Europeia e a Rússia pediram “moderação” diante da escalada de violência.
Fonte: Jovem Pan..