As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram hoje que pessoas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, precisam começar a evacuar o local devido a uma iminente ofensiva terrestre israelense no local. Os avisos feitos hoje foram os primeiros indícios concretos de que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu irá conduzir uma operação na região após semanas antecipando o movimento – muito criticado pela comunidade internacional pelo potencial de mortes de civis que pode provocar.
Desde o início das operações de Israel na Faixa de Gaza, Rafah se tornou o principal abrigo de refugiados na região vindos do norte e centro do enclave e é estimado que a cidade abriga atualmente mais de um milhão de pessoas. Entidades locais e ONGs alertam que uma operação em Rafah pode acentuar ainda mais a crise humanitária na região.
Em panfletos distribuídos pela Faixa de Gaza e em notas na internet, as IDF pedem que pessoas que estão em Rafah se desloquem para a cidade de al-Mawasi, na costa, e para Khan Younis, mais ao centro da região.
A ordem de evacuação de Israel destaca que apenas pessoas em bairros no leste de Rafah devem deixar suas casas, apesar de governantes do país terem afirmado que as IDF irão atuar em toda a cidade. A inteligência de Israel afirma que há pelo menos quatro batalhões do Hamas que operam na área, e prometeram atuar para exterminar o grupo.
As IDF estimam que pelo menos 100 mil pessoas terão que deixar a região leste de Rafah para as operações de Israel, que será de “escopo limitado”, segundo autoridades do país.
Os avisos de evacuação acontecem em um momento em que Israel e Hamas retomaram as conversas para firmar um cessar-fogo no conflito, que parece estar longe de acontecer. Enquanto o Hamas afirma que busca um fim permanente ao conflito, o governo de Israel diz que irá atuar para acabar com a presença do grupo na região e não irá aceitar o fim da guerra.
Na semana passada, Netanyahu disse que a operação em Rafah irá ocorrer independente das negociações em curso, já que a cidade é essencial para os objetivos de guerra de Israel