Autoridades buscam por curandeiro que deu o falso conselho à mulher. Prego não atingiu o cérebro da gestante. Ato desesperado se deve ao fato de marido ter ameaçado deixá-la por já ter três filhas.
Autoridades da cidade paquistanesa de Peshawar procuravam nesta quarta-feira (09/02) um falso curandeiro que aconselhou uma mulher grávida a martelar um prego na testa para que pudesse dar à luz um menino.
Embora o prego tenha penetrado o crânio da mulher, não atingiu o cérebro, informou o neurologista Haider Suleman, que tratou a vítima no Hospital Lady Reading.
“Ela disse que uma outra mulher de sua localidade fez o mesmo [martelou um prego na testa] e deu à luz um menino, embora o ultrassom tenha mostrado que o feto era uma menina”, declarou Suleman à agência de notícias paquistanesa Dawn.
Consultar curandeiros é um hábito comum no Paquistão para pessoas que buscam soluções espirituais para seus problemas. A maioria desses curandeiros tem ligação com religiões.
O incidente chamou a atenção das autoridades depois que o raio-x da vítima se tornou viral. A polícia examinou o conteúdo para o caso.
“Uma equipe especial foi montada para levar à Justiça o falso curandeiro que brincou com a vida de uma mulher inocente e a fez colocar um prego em sua cabeça, com uma falsa promessa de que ela teria um filho do sexo masculino”, escreveu no Twitter o chefe de polícia local, Abbas Ahsan.
Ele acrescentou que também investigará por que o incidente não foi relatado à polícia pelo médico que socorreu a vítima.
Marido ameaçou deixá-la
Não ficou claro se a mulher martelou o prego em sua própria cabeça ou se teve ajuda. Mas, de acordo com Suleman, o fato ocorreu na casa da grávida. Os membros da família tentaram, sem sucesso, arrancar o prego da cabeça dela, disse o médico.
A gestante já tem três filhas e espera a quarta. À agência Dawn, a equipe do hospital contou que, segundo a mulher, seu marido estava descontente porque não teria um menino e ameaçou deixá-la.
Filhos homens são geralmente preferidos em muitos países do sul da Ásia, inclusive no Paquistão, pois acredita-se que forneçam aos pais uma melhor segurança social e econômica.
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