De janeiro a julho deste ano, Goiás foi o sexto Estado com o maior número de empregos criados na construção civil, com um saldo de mais de 9,5 mil vagas, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Goiânia foi o quinto município com o maior número de vagas criadas na construção no mesmo período, com mais de 4,5 mil postos gerados.
Considerando apenas os Estados do Centro-Oeste, Goiás é o segundo com maior saldo positivo de novos empregos com carteira assinada gerados em julho deste ano. Segundo levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com base em dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
O forte crescimento da construção civil no Brasil nos últimos três anos tem demandado um número expressivo de novos trabalhadores nos canteiros de obras. De acordo com a CBIC, em julho de 2020, o setor tinha um total de 1,8 milhão de trabalhadores com carteira assinada no País. Em agosto deste ano, o número de trabalhadores formais saltou para 2,6 milhões.
A atividade do setor se mantém acelerada em 2023. Somente nos oito primeiros meses de 2023 a construção civil já gerou 223 mil novas vagas formais, o que representa 16% dos postos de trabalho criados este ano no Brasil. Em Goiás, somente em julho deste ano, foram criados em Goiás 5.435 novos postos formais de trabalho em julho. Com isso, o estoque de empregos formais em Goiás chegou a mais de 1,44 milhão de postos no setor.
Desafios
Presidente da CBIC e sócio-proprietário da Vega Incorporações, Renato Correia acredita que incentivar a industrialização do setor é o principal caminho para a construção avançar em desafios como produtividade, atração de profissionais e redução da informalidade. “Ao avançarmos com a industrialização, o setor se tornará mais atrativo tanto em remuneração quanto em sofisticação dos processos. E, com isso, vamos atrair cada vez mais profissionais para a missão tão importante do setor, que é entregar moradias e infraestrutura urbana ao cidadão”, enfatiza.
Coordenador de Obras da Vega Incorporações, Lucas Florindo acredita que ainda há desinformação em relação ao trabalho formal na construção civil. Apesar do grande número de oportunidades de emprego. “O trabalho desempenhado por profissionais que trabalham em empresas sérias é muito diferente, por exemplo, daquele em que o trabalhador atua na informalidade”, diz.
Lucas Florindo ressalta que o trabalhador formal na indústria da construção, que celebra a sua profissão neste mês de outubro (dia 26), está amparado por direitos trabalhistas (CLT). Além de uma série de normas de segurança do trabalho que regulamentam, orientam e estabelecem requisitos e instruções para as atividades da construção. “A construção civil cuida muito bem dos seus colaboradores”, enfatiza.
Levantamento atualizado de dados históricos de acidentes de trabalho na indústria da construção no Brasil mostra números positivos do setor. Na comparação com dez atividades econômicas, a construção civil apresentou melhoria contínua dos seus indicadores. As incidências de doenças de trabalho na construção, por exemplo, apresentaram uma redução de 11,7% no ano passado. “Isto mostra o esforço do setor no sentido de prevenir os acidentes de trabalho”, afirma Renato Correia.
Perfil do trabalhador
De acordo com a última Relação Anual de Informações Sociais (Rais), de 2021, cerca de 52% dos trabalhadores da construção civil no Brasil concluíram o nível médio. Contudo, ainda há carência de profissionais qualificados no mercado. Essa dificuldade foi apontada no primeiro trimestre deste ano por 74,03% das construtoras e incorporadoras em pesquisa realizada pela CBIC. O levantamento mostra que quem lidera o ranking das profissões de mais difícil admissão é o mestre de obra, com 18% das empresas apontando a escassez desse profissional no mercado, seguida por pedreiro de acabamento (16,37%), eletricista (10,10%), encarregado geral (9,97%) e carpinteiro (41%)