O general Juan José Zúñiga, ex-comandante geral das Forças Armadas, foi preso na noite desta quarta-feira (26) depois de tentar um golpe de Estado na Bolívia.
As forças militares lideradas por Zúñiga abandonaram a sede do governo momentos após o presidente Luis Arce nomear os novos comandantes militares do país. Autoridades haviam emitido uma ordem de captura para Zúñiga e retirado seu passaporte.
Ao ser capturado, Zúñiga acusou Arce de estar por trás da ação ocorrida nesta quarta-feira. Segundo o general, foi o presidente boliviano quem orquestrou o golpe, uma medida que serviria para restaurar sua popularidade.
“O presidente me disse que a situação está muito difícil, muito crítica”, disse Zúñiga quando foi preso, segundo informações do El País e do portal boliviano El Deber. “É necessário preparar algo para aumentar minha popularidade”, teria dito Arce a ele.
O general disse que questionou Arce sobre a mobilização de blindados neste ato, ao que o presidente teria respondido afirmativamente.
“Devemos enviar os blindados?”, teria perguntado Zúñiga a Arce. “Envie”, respondeu o presidente, conforme disse o general.
Segundo Zúñiga, toda a preparação para a ação que ocorreu nesta quarta-feira foi feita na noite de domingo (23), quando ele se encontrou com Arce numa escola. O presidente teria afirmado a ele que a semana seria decisiva.
“No domingo à noite, os blindados começaram a se deslocar. Seis cascavéis e seis urutus, além de 14z do Regimento de Achacachi”, disse ele.
Zúñiga deu tais declarações perante o vice-ministro do Interior, Jhonny Aguilera. Conforme informou o El País, o general queria falar mais, no entanto, foi interrompido pelo ministério.
Informações da mídia nacional dão conta de que a Procuradoria-Geral da Bolívia irá investigar tanto o general quanto todos os demais militares que participaram da tentativa de golpe.
Segundo o El Deber, Zúñiga está sendo acusado dos crimes de terrorismo e levante armado contra a segurança e soberania do Estado.