Centenas de estudantes de várias universidades israelenses realizaram uma paralisação parcial nesta quinta-feira (13) em solidariedade aos reféns na Faixa de Gaza e para exigir um acordo de cessar-fogo do governo para libertá-los.
A greve, organizada pela união nacional de estudantes em colaboração com a plataforma que representa as famílias dos reféns, ocorreu nas instalações da Universidade Hebraica de Jerusalém, da Universidade de Tel Aviv e da Universidade de Haifa, além de outros pontos.
No campus de Givat Ram da Universidade Hebraica, muito próximo ao Knesset (parlamento israelense), pouco mais de cem estudantes se reuniram para ouvir discursos, orar e demonstrar solidariedade às famílias dos 116 ainda mantidos em cativeiro pelo grupo terrorista Hamas.
“Precisamos da ajuda do mundo para trazer de volta os reféns, pois é um direito humano básico viver em liberdade e segurança. Ninguém quer uma guerra para si mesmo. Todos nós queremos a vida”, disse à multidão Shay Dickmann, prima de Carmel Gat, uma israelense ainda mantida como refém por mais de oito meses.
Pouco depois, Sapir Lev, estudante de medicina da Universidade Hebraica e amiga de Dickmann, disse à Agência EFE que é importante que o governo e os parlamentares israelenses vejam que os estudantes estão do lado das famílias.
“Ninguém quer uma guerra. Ninguém quer luta e morte. Nós só queremos vida, queremos paz, queremos que todos voltem para casa. É algo que toca a todos nós”, disse a estudante.
A greve ocorre em meio a negociações para um acordo de trégua e libertação de reféns, que, apesar da insistência dos EUA, continua longe de se concretizar.
No início desta manhã, o Hamas reiterou que havia lidado “positivamente” com a última proposta, delineada há cerca de duas semanas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mas afirmou que nenhuma autoridade israelense havia confirmado apoio ao plano.
“Embora (o secretário de Estado dos EUA, Antony) Blinken continue a falar sobre a aprovação de Israel à última proposta, não ouvimos nenhuma autoridade israelense expressar sua aprovação”, disse a milícia palestina.
Já em 11 de junho, depois de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia a implementação da trégua, o Hamas anunciou sua disposição de cooperar com mediadores e participar de negociações indiretas para chegar a um cessar-fogo.
No início deste mês, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que a proposta apresentada por Biden estava “incompleta” e adiantou que a trégua era para a libertação dos reféns e que somente depois disso seriam realizadas negociações, sem mencionar o fim total das hostilidades, uma das principais exigências do Hamas.
Lev, estudante de medicina, reconheceu que as negociações são muito complexas, pois um pacto envolveria a libertação de centenas de prisioneiros palestinos nas prisões israelenses, alguns condenados por crimes de sangue.