Estado Islâmico pede ataques no Ocidente por Gaza

Por Milkylenne Cardoso
4 Min Read

O porta-voz do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), Abu
Huzaifa al Ansari, pediu nesta quinta-feira (28) ataques na Europa e nos
Estados Unidos para “apoiar” os muçulmanos na guerra em Gaza e parabenizou os
responsáveis pelo atentado da última sexta-feira em uma casa de espetáculos na
Rússia.

Em uma mensagem de voz de 41 minutos transmitida na
plataforma Telegram e cuja autenticidade não pôde ser verificada, o porta-voz
enviou uma “mensagem de recordação” aos islâmicos. Ele disse que o que está
sendo feito aos muçulmanos em Gaza é “o que os irmãos na Síria, Líbia, Iraque,
Sinai [Egito] e Iêmen sofreram duas vezes mais há alguns anos”.

“Agradecemos aos soldados do califado por seus esforços e
pedimos a Alá que consigam chegar às terras da Palestina para combater os
judeus cara a cara, em uma guerra religiosa que acabe com todos eles. Nesse
sentido, pedimos aos leões solitários que tenham como alvo os judeus e os
cruzados em todos os lugares, especialmente nos Estados Unidos e na Europa”,
disse ele na mensagem em árabe divulgada pelo órgão de propaganda do grupo, Al
Furqan.

A mensagem foi divulgada por ocasião do mês sagrado
muçulmano do Ramadã e para comemorar dez anos desde o estabelecimento do autoproclamado
“califado”, a serem completados no final de junho, pelo primeiro líder do grupo
terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi.

O porta-voz classificou a guerra em Gaza como uma “ferida
dos muçulmanos”, na qual a luta é necessária, “e não apenas temas e palavras de
ordem”.

“E a luta contra os judeus não se completa sem a luta contra
seus aliados: os infiéis e os cruzados em toda parte. Com base nisso, iniciamos
a invasão unida, lançada para apoiar nossas famílias em Gaza e que representa a
fraternidade entre os fiéis”, disse.

Ansari reiterou assim uma mensagem divulgada em 4 de
janeiro, na qual havia pedido ataques aos Estados Unidos, à Europa e ao mundo inteiro,
sem “distinção entre ateus, civis ou militares”.

Ele afirmou que, após o ataque cometido no Irã em janeiro, um dos piores da história do país e que matou mais de 90 pessoas, o Estado Islâmico teve como alvo “a Rússia, a cruzada”, termo que o grupo usa para designar os cristãos.

O porta-voz chamou o atentado em Moscou de “um ataque
sangrento de um grupo de leões do califado” para “vingar os muçulmanos e
disciplinar os infiéis”.

O grupo jihadista reivindicou a responsabilidade pelo ataque à casa de espetáculos Crocus City Hall, a 20 quilômetros do centro de Moscou, onde 143 pessoas morreram.

“Não precisamos dar explicações legítimas ao atacar um país
que sempre lutou contra os muçulmanos antes e agora. E continuamos capturando e
matando seus soldados na Síria, e anteriormente derrubamos seu avião no Sinai”,
acrescenta a mensagem.

O porta-voz fez menção à intervenção da Rússia na guerra na Síria desde 2015, assim como à derrubada, reivindicada pelo EI, do avião russo Metrojet que viajava da cidade egípcia de Sharm el-Sheikh para São Petersburgo, naquele mesmo ano, cujo saldo foi de mais de 220 mortos.

Fonte: www.gazetadopovo.com.br

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