O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, o chavista Elvis Amoroso, negou um pedido da União Europeia (UE) para que o órgão reconsiderasse sua decisão de retirar o convite para que o bloco enviasse uma missão de observação nas eleições presidenciais de 28 de julho.
“O CNE repudia o comunicado da UE em que são emitidas considerações que são da responsabilidade dos venezuelanos, a UE torna-se um novo ator que procura interferir nas decisões do CNE”, disse Amoroso nesta quarta-feira (29) em coletiva de imprensa, segundo informações do site Efecto Cocuyo.
“A União Europeia tem se comportado como um ator parcial e agressivo, que infringe a dignidade nacional e adicionalmente se torna um fator de perturbação nos processos eleitorais, mantendo a aplicação ilegal e ilegítima de medidas coercivas, unilaterais e genocidas, com o único objetivo de causar danos à população venezuelana”, acrescentou Amoroso.
Na terça-feira (28), o CNE havia anunciado a revogação do convite para uma missão de observação eleitoral da UE, sob o argumento de que sanções que foram ratificadas pelo bloco prejudicariam a economia da Venezuela – embora tais medidas atinjam apenas pessoas físicas do regime do ditador Nicolás Maduro, e não empresas estatais e bens públicos.
Em mensagem no X, a UE havia pedido que a decisão fosse reconsiderada (a observação do bloco fez parte dos Acordos de Barbados, assinados no ano passado pelo chavismo e pela oposição).
“O povo venezuelano deve poder eleger o seu presidente em eleições com credibilidade, transparentes e competitivas, respaldadas pela observação internacional, incluindo a da União Europeia, que tem um longo e distinto histórico de observação independente e imparcial”, afirmou.
O grupo político do principal adversário de Maduro na eleição de 28 de julho, Edmundo González Urrutia, também havia pedido que o CNE revertesse a medida.