A Argentina se orgulha de ser
“um território hostil” ao narcotráfico, disse nesta sexta-feira (19) a
ministra da Segurança do país, Patricia Bullrich, em Buenos Aires, onde deu
detalhes da operação que terminou ontem à noite com a prisão de parentes
do narcotraficante equatoriano José Adolfo Macías Villamar, conhecido como
“Fito’.
Em entrevista coletiva na qual
membros do governo nacional e da província de Córdoba deram informações sobre a
operação que levou à prisão de oito parentes e outras pessoas próximas do
criminoso foragido da justiça equatoriana e sua posterior deportação, o
ministro do Interior, Guillermo Francos, concluiu que “a Argentina não
será um país do narcotráfico”.
“Há uma decisão de expulsar
criminosos estrangeiros”, acrescentou o ministro da Defesa, Luis Petri.
O responsável da pasta de
Segurança da província de Córdoba, Juan Pablo Quinteros, confirmou que oito
indivíduos – cujas identidades não foram reveladas – foram detidos após uma
operação conjunta da polícia de Córdoba e das divisões antiterrorista e de investigação
criminal da Polícia Federal Argentina (PFA).
“Não há indícios de que
eles tenham vindo para realizar suas atividades criminosas na Argentina, mas
sim para se refugiar no país”, disse Quinteros.
De acordo com Bullrich, eles
tinham feito um planejamento prévio para se estabelecer no país, já que em
novembro compraram uma casa em um bairro nos arredores de Córdoba.
“Eles entraram várias vezes
no país, e a hipótese que temos é que, uma vez que a família estivesse
instalada, ‘Fito’ escaparia da prisão para se juntar a eles”, segundo a
ministra.
O ataque de um grupo armado às
instalações do canal TC Televisión no dia 9 de janeiro no Equador, no qual
funcionários foram feitos reféns por várias horas, foi usado como cobertura
para que “Fito” escapasse da prisão regional de Guayaquil.
“Fomos alertados pelas
autoridades do Equador (de que) a família desse assassino, ‘Fito’, estava
escondida aqui. É por isso que é um sucesso muito importante para a Argentina
tê-los deportado”, declarou Bullrich, acrescentando que o governo de Córdoba
também estava fazendo uma investigação paralela sobre essa família e que, uma
vez que as duas investigações foram coordenadas, o trabalho dos governos
nacional e provincial foi unificado.
As entradas no país dos
indivíduos detidos eram legais e não havia alertas contra eles quando chegaram
à Argentina em 5 de janeiro. Por esse motivo, para conseguir a deportação, o
departamento de Migrações – parte do Ministério do Interior – teve que cancelar
a residência temporária desses indivíduos.
Os parentes de ‘Fito’ chegaram nesta sexta-feira a Guayaquil, deportados em um avião da Força Aérea Argentina (FAE), no qual embarcaram poucas horas depois de serem presos. (Agência EFE)