Além de surpreender o entorno do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo de São Paulo apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a decisão do jornalista José Luiz Datena (PSC) de desistir de sua pré-candidatura ao Senado pelo maior Estado do país serviu para acirrar a disputa entre bolsonaristas pela cadeira paulista na Casa Alta do Congresso Nacional. A três meses da eleição, o Republicanos inicia novas conversas para definir quem ocupará o posto na chapa de Tarcísio. Neste momento, há ao menos quatro nomes cotados entre aliados do ex-ministro e entusiastas de sua postulação.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passou a se movimentar nos bastidores para ocupar o lugar de Datena em caso de mais uma desistência em cima da hora, o que ocorreu pela quarta vez desde que o nome do apresentador da TV Bandeirantes passou a ser citado como postulante a cargos políticos. Zambelli integra a tropa de choque governista na Câmara dos Deputados e colocou o seu nome à disposição. Entre aliados de Bolsonaro, o nome da parlamentar é defendido, entre outros motivos, porque seria uma forma de dar ao Partido Liberal um posto relevante na chapa de Tarcísio.
Outro nome que desponta como possível integrante da chapa do ex-ministro é o da deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB). A jurista deixa claro que não retirará a sua candidatura, mesmo que não conte com o apoio formal de Bolsonaro e Gomes de Freitas. Sempre que é questionada sobre eventuais alianças em São Paulo, Janaína afirma que não depende do aval de ninguém e que levará sua candidatura até o final. Outros dois nomes são cogitados: o do ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Paulo Skaf (Republicanos) e do deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), nome próximo a Bolsonaro na Câmara e integrante da bancada evangélica no Congresso Nacional. A cúpula do Republicanos testará os nomes em pesquisas internas para definir quem irá ocupar o posto de candidato ao Senado na chapa de Tarcísio.
Além de evitar a dispersão de votos que pode ocorrer caso os partidos de centro-direita insistam em múltiplas candidaturas, a campanha do ex-ministro da Infraestrutura terá o desafio de escolher um nome competitivo. Até desistir de concorrer ao Senado, Datena liderava as pesquisas. Segundo levantamento Exame/Ideia, divulgado no início de junho, o apresentador e jornalista tinha 19% das intenções de voto. O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) aparece na segunda colocação, com 14%. Zambelli ocupa a terceira colocação, com 9%, seguida por Skaf (8%) e Janaína (6%). O presidente Jair Bolsonaro já afirmou, em diversas ocasiões, que gostaria de eleger o maior número de deputados e senadores para aumentar sua base de apoio no Congresso em um eventual segundo mandato. A menos de 100 dias das eleições, o bolsonarismo encara, agora, o desafio de azeitar a máquina para colocar na rua uma chapa competitiva no maior colégio eleitoral do país.
Fonte: JP..