Ex-presidente dos EUA foi bloqueado pela rede social, que alegou “riscos de novas incitações à violência”, após seu papel na invasão do Capitólio.
O bilionário Elon Musk, que recentemente fechou um acordo para a aquisição do Twitter, disse nesta terça-feira (10/05) que poderá reverter o banimento imposto pela rede social ao ex-presidente americano Donald Trump.
O fundador da Tesla e da SpaceX fechou recentemente um acordo de 44 bilhões de dólares (aproximadamente 225 bilhões de reais) pela da rede social, mas seus planos para a plataforma ainda não estão claros. Ele se diz um “absolutista do discurso livre” e sinalizou que poderá haver menos moderação de conteúdo no Twitter.
Em uma conferência do jornal britânico Financial Times sobre o futuro dos automóveis, Musk definiu o banimento permanente de Trump da rede social como “moralmente equivocado e extremamente estúpido”.
“Acho que foi um erro porque alienou uma grande parte do país e não resultou, em última instância, em Donald Trump não tendo uma voz”, afirmou. “Penso que isso pode, francamente, acabar sendo pior do que ter um fórum único onde todos possam debater. A resposta, acho, é que irei reverter o banimento permanente.”
O bilionário disse que ele e o cofundador do Twitter Jack Dorsey acreditam que banimentos permanentes devem ser “extremamente raros” e reservados para perfis falsos que operam robôs ou espalham spam, ou seja, conteúdos publicitários em massa não solicitados.
A suspensão do perfil de Trump, que tinha mais de 88 milhões de seguidores no Twitter, tirou do ex-presidente o seu principal meio de comunicação em massa, dias antes do fim de seu mandato, e ocorreu após um longevo debate sobe como as empresas de mídia social devem moderar as contas de líderes mundiais.
Trump foi suspenso do Twitter em caráter permanente pouco depois da insurreição de 6 de janeiro de 2020 em Washington, quando grupos de extrema-direita invadiram e vandalizaram o Capitólio, a sede do Congresso americano, após serem insuflados pelo ex-presidente e seus correligionários. Na época, a rede social afirmou que havia “risco de novas incitações à violência”.
Trump disse anteriormente que não retornaria ao Twitter mesmo se Musk adquirisse a plataforma e restabelecesse o seu perfil, e disse que continuaria usando seu próprio aplicativo chamado Truth Social, semelhante ao Twitter, lançado em fevereiro, no qual os usuários postam “verdades” em vez de tuítes.
Acordo ainda pendente
Na conferência, Musk disse que o acordo para a aquisição do Twitter poderá ser concretizado, na melhor das hipóteses, em dois ou três meses. Mas, acrescentou que a empresa ainda não registrou a procuração para os acionistas votarem na aprovação do acordo, e que ainda existem obstáculos a serem resolvidos.
Musk deve se tornar o CEO temporário do Twitter somente após a confirmação do acordo. A questão em torno do restabelecimento ou não do perfil de Trump é vista como um teste decisivo para se ver o quão longe deverão ir as mudanças na rede.
Nesta terça-feira, as ações do Twitter caíram a um nível que sugere que os mercados de ações passaram a colocar em dúvida a aquisição no valor inicialmente acordado por Musk, de 44 bilhões de dólares.
Fonte: DW Brasil.