Janela partidária: PL de Bolsonaro vira a maior bancada da Câmara

Por Milkylenne Cardoso
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Com o encerramento do período da Janela Partidária – período de 3 março a 1º de abril em que deputados puderam trocar de partido –, o PL foi quem mais ganhou adesões. A legenda do presidente Jair Bolsonaro é agora a maior bancada da Câmara, com 75 cadeiras. O número é mais que o dobro do que o partido elegeu em 2018, segundo levantamento divulgado pelo G1 com base em dados dos partidos, da Câmara dos Deputados e da Justiça Eleitoral.

Cerca de 26% dos 513 deputados trocaram de partido (um aumento na comparação com 2018, quando a janela levou a mudanças na casa dos 17%. O número ainda pode ser maior, pois as trocas e filiações podem ser registradas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral, e depois comunicadas à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados.

O PL, presidido por Valdemar da Costa Neto, é um dos representantes do chamado centrão, grupo conhecido por suas práticas de fisiologismo. Segundo levantamento do G1 e da Câmara dos Deputados, grande parte dos políticos que migraram ao PL era do União Brasil, o partido criado com a fusão do DEM com o PSL, e que era, até então, o maior. Os dois partidos tinham eleito 81 deputados em 2018. Agora tem apenas 47 representantes na Câmara.

Outros dois partidos do centrão que apoiam a reeleição de Bolsonaro também cresceram. O Progressistas, que elegeu 38 deputados em 2018, tem agora 56 cadeiras. O Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, foi de 30 eleitos em 2018 para 43 deputados. A lista das maiores bancadas está assim agora:

  1. PL – 75
  2. Progressistas – 56
  3. PT – 55
  4. União Brasil – 47
  5. PSD – 44
  6. Republicanos – 43
  7. MDB – 35
  8. PSDB – 25
  9. PSB – 22
  10. PDT – 20

Regulamentada pela Reforma Eleitoral de 2015 (Lei n° 13.165/2015), a regra da janela partidária se consolidou como uma saída para a troca de legenda sem que os parlamentares percam o mandato. Fora dela, a mudança só é possível em circunstâncias excepcionais, quando o partido muda substancialmente seu programa ou quando um parlamentar se sente perseguido. Em cargos proporcionais, como os de deputado e vereador, o mandato é do partido, por isso uma troca injustificada fora da janela partidária pode levar à cassação.

As mudanças realizadas na janela de 2022 não alteram a distribuição do fundo eleitoral nem o tempo de rádio e TV a que os partidos terão direito na campanha. O cálculo ainda é feito com as bancadas eleitas em 2018. O União Brasil, mesmo perdendo muitas cadeiras, continua com a maior fatia do dinheiro público.

Fonte: Nexo.com

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