O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, entregou na quinta-feira (11/7), à deputada federal Adriana Accorsi (PT), pré-candidata a prefeita da capital, uma série de propostas do cooperativismo para a gestão de Goiânia. Provocada pelo líder cooperativista, ela fez compromissos com o setor, caso seja eleita.
Estão entre eles: criar uma superintendência para o cooperativismo na administração municipal; investir na melhoria da infraestrutura e da produção das cooperativas de reciclagem; e elevar para 100% a compra de alimentos de cooperativas de agricultura familiar, destinados às escolas públicas de Ensino Fundamental.
“Não apenas 30%, mas 100% da alimentação escolar na rede municipal de ensino serão fornecidos pelas cooperativas de agricultura familiar”, afirmou Adriana Accorsi. Em seguida, completou, dizendo que destinou emenda parlamentar recentemente para uma cooperativa de reciclagem em Goiânia, a Cooper Rama, e que pretende investir na melhoria da estrutura das coops de reciclagem. A pré-candidata destacou a importância de agregar valor no processamento dos resíduos sólidos.
O documento elaborado pelo Sistema OCB/GO foi entregue aos pré-candidatos dos municípios goianos, no intuito de tornar o modelo de negócio cooperativista parte de uma política pública de incentivo ao empreendedorismo coletivo. A pré-candidata agradeceu a colaboração e afirmou que as sugestões irão compor o seu plano de governo.
“O cooperativismo é uma grande solução para o mundo e precisa começar nas cidades. O desenvolvimento econômico, acompanhado do aumento da qualidade de vida nas comunidades, se faz através do cooperativismo”, completa Adriana Accorsi. Ela contou, ainda, que o tio e o avô foram os fundadores da cooperativa Santa Clara, que levou prosperidade e desenvolvimento para a região da Serra Gaúcha (RS).
“Eu tenho um carinho muito grande pelo cooperativismo, porque faz parte da tradição da minha família. Minha mãe é pequena produtora rural, mora em Bela Vista e faz parte de uma cooperativa que produz mel”, acrescentou Adriana Accorsi.
“As cooperativas nascem de parcerias entre pessoas e o que mais a gente sabe e gosta de fazer é parceria. A cartilha ajudará os próximos prefeitos a compreenderem melhor a importância do cooperativismo para os municípios. Em Goiânia, por exemplo, temos o título de utilidade pública municipal, como modelo essencial para promoção de mais empregos, geração de renda e distribuição de riquezas,” frisou Luís Alberto.
Durante a conversa entre o presidente do Sistema OCB/GO e a pré-candidata, os dois compartilharam um sonho em comum: a criação de cooperativa para mulheres egressas do sistema prisional, em Goiânia. “Tenho esse sonho há muito tempo, não só com egressas, mas com as próprias presidiárias também. No Pará, já existe uma cooperativa que reúne mulheres custodiadas”, destacou Luís Alberto. A Cooperativa Social de Trabalho Arte Empreendedora é a primeira do Brasil formada somente por detentas.
Participaram do encontro: Einsten Paniago, Secretário da Fazenda de Aparecida de Goiânia; Ihasminy Teixeira, presidente da Cooperativa de Agricultoras Familiares Floryá; Nelson Galvão, superintendente do Ibama em Goiás e Orlando Luiz, presidente da Fetaeg (Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar).
Cooperativismo como instrumento de transformação
Um dos objetivos do Sistema OCB/GO é incorporar o cooperativismo nas políticas públicas de incentivo ao empreendedorismo. A publicação “Eleições 2024 – Cooperativismo como instrumento de transformação socioeconômica” contém cinco eixos de propostas de impacto para as administrações municipais futuras. Além da cartilha, nos encontros promovidos com pré-candidatos à prefeitura de Goiânia, é repassado o Censo do Cooperativismo, com dados do setor em Goiás e que também servirá de fonte de informações para a elaboração dos planos de governo dos candidatos.
O presidente do Sistema OCB/GO destaca duas propostas principais: a criação de uma estrutura administrativa na Prefeitura de Goiânia para promoção e apoio ao cooperativismo e a inclusão de uma disciplina na rede municipal de ensino para ensinar a filosofia do cooperativismo, visando incentivar o empreendedorismo e a cooperação entre os jovens.
Em Goiânia, existem 70 cooperativas ativas com 5.229 colaboradores, 224.195 cooperados e um faturamento anual de R$ 7,2 bilhões.