“Eu realmente não sei o que ele disse no final dessa frase — e acho que ele também não sabe.”
Esta frase do ex-presidente Donald Trump na noite desta quinta-feira (27) resume bem o primeiro — e quem sabe, talvez o único — debate de 2024 entre Trump e o presidente Joe Biden.
Escrevi recentemente que a manipulação da mídia corporativa sobre o vigor de Biden não funcionaria porque o povo americano pode ver claramente que Biden está em acentuado declínio mental e físico.
Isso ficou totalmente evidente para todos durante o debate de 90 minutos, transmitido pela CNN na noite desta quinta-feira, quando Biden, muitas vezes mal audível, tossia, parecia confuso, não conseguia terminar frases, murmurava incoerentemente e frequentemente perdia a linha de raciocínio no que foi quase certamente a pior performance em um debate presidencial na história da televisão.
Você não precisa ser um especialista em políticas públicas ou um estudioso da constituição para ver que o presidente não está bem, e nenhuma quantidade de sofismas vai mudar o que o público agora pode ver claramente.
Bem, ok, a campanha de Biden e seus aliados na mídia tentaram lançar uma última cartada durante as primeiras etapas do debate.
A desculpa era que Biden estava sofrendo de um “resfriado”.
É uma explicação tão patética para o que vimos que eu acho que nem mesmo as figuras mais bajuladoras e semelhantes à Pravda na mídia vão adotar isso em suas mensagens futuras.
Até o notório criador de narrativas Ben Rhodes [ex-conselheiro adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos no governo Obama] se rendeu à realidade. Ele tuítou: “Dizer às pessoas que elas não viram o que viram não é a maneira de responder a isso [às críticas a Biden].”
Um resfriado pode dar a você uma voz rouca, mas não faz você soar ou parecer assim. Biden teve uma semana sem aparições públicas para se preparar para este debate, e aparentemente isto é o melhor que ele conseguiu fazer.
Esta parte não foi mostrada na TV ao vivo, mas aqui está como Biden parecia ao sair do set da CNN.
Qualquer sugestão de que os sinais óbvios de declínio do presidente são baseados em “desinformação” ou no que a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, chama de “falsificações baratas” foi completamente e inquestionavelmente desmentida.
Os moderadores da CNN, Jake Tapper e Dana Bash, não foram terríveis, embora claramente tendenciosos. Eles frequentemente interrompiam Biden quando ele começava a divagar para mantê-lo focado e na mensagem, e muitas vezes faziam perguntas a Trump para impedir que ele respondesse.
Isto realmente não importou muito. Claro, houve muitos problemas importantes discutidos — desde a catástrofe da fronteira aberta até a inflação, a erosão da estabilidade global e até a saída desastrosa do Afeganistão.
Isso não é o que as pessoas vão lembrar deste debate. Muitas vezes parecia mais uma entrevista da CNN com Trump, em vez de uma confrontação entre os dois homens supostamente na arena.
A performance de Biden foi tão catastrófica que, enquanto o debate ainda estava acontecendo, o jornal The New York Times e site Politico estavam publicando artigos sobre o pânico dos democratas.
Se você continuou assistindo os comentários da CNN após o término do debate — que foi principalmente um monte de blá-blá-blá típico da CNN sobre Trump ser um homem laranja mau — praticamente todo o painel pediu que Biden fosse retirado da chapa presidencial democrata. (Na MSNBC, foi mais ou menos a mesma coisa.)
Isso pode acontecer? Quem sabe? Seria inédito ter um candidato presidencial expulso da chapa tão em cima da hora, mas vivemos em tempos estranhos.
O que eu sei é que é quase impossível imaginar Biden aguentando mais quatro anos no cargo, quanto mais quatro meses até novembro.
E então, dada a performance de Biden, há muitas perguntas para o povo americano refletir.
Não há dúvida agora de que o povo americano pelo menos merece ouvir o áudio das entrevistas de Biden com o conselheiro especial Robert Hur, que o procurador-geral Merrick Garland insiste em reter, mesmo sob ameaça de censura congressual.
Se Biden está tão mal em público, quem exatamente está comandando o show na Casa Branca? Por outras palavras: quem é o mestre de marionetes do fantoche?
Houve acusações de que o ex-presidente Barack Obama está comandando uma espécie de presidência nas sombras de sua casa em Washington. Isso certamente parece plausível.
Há pessoas na Casa Branca que querem manter Biden lá porque ele é facilmente manipulado e incapaz de tomar decisões importantes agora? Biden realmente ainda está tomando todas as decisões?
Se for assim, então que Deus nos ajude.
Há até perguntas sobre o que fazer com um presidente que não é mais capaz de desempenhar os deveres de seu cargo.
E não são apenas os americanos que viram a condição de Biden durante o debate. Os inimigos e rivais ao redor do mundo também viram.
Em um mundo perigoso — de comunicação instantânea e eventos que se movem rapidamente — os americanos não podem se dar ao luxo de ter um presidente que parece completamente fora de si quando tem um “resfriado.”
O presidente da Heritage Foundation, Kevin Roberts, disse no X que deveríamos começar a pensar na 25ª Emenda, um mecanismo constitucional para substituir um presidente incapacitado.
De uma forma ou de outra, após esta noite, talvez devêssemos pensar menos em Biden e mais em quem vai substituí-lo.
©2024 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: Biden Has a Debate Disaster for the Ages