O Ministério da Defesa da Rússia informou neste sábado (19/03) que sua Força Aérea utilizou, pela primeira vez, um míssil hipersônico no conflito na Ucrânia. O armamento teria sido lançado contra um depósito subterrâneo de mísseis na região de Ivano-Frankivsk, a cerca de 50 quilômetros da fronteira com a Romênia, país membro da Otan.
Segundo o Ministério, o míssil Kinzhal (“adaga”, em russo) teria atingido o alvo em Delyatyn, no sudeste ucraniano, nesta sexta-feira. A informação não pôde ser verificada imediatamente. Se confirmada, esta seria a primeira vez que a Rússia teria utilizado um míssil hipersônico ar-terra em situação de combate.
Os mísseis hipersônicos Kinzhal são lançados de caças MiF-31 e têm capacidade de atingir alvos a 2 mil quilômetros de distância. Eles excedem múltiplas vezes a velocidade do som e viajam a 6 mil quilômetros por hora, enquanto são capazes de realizar manobras. Não existem sistemas de defesa capazes de deter esses armamentos.
O Ministério russo da Defesa disse que suas forças destruíram centros de reconhecimento e rádios militares ucranianas, próximo à cidade de Odessa, na costa do Mar de Azov, utilizando um sistema de mísseis costeiros. Essas informações não puderam ser verificadas por fontes independentes.
O órgão informou ainda que o Exército russo e grupos separatistas da região de Donetsk teriam entrado pela primeira vez na cidade sitiada de Mariupol, que vem sendo alvo de intensos bombardeios desde o início do conflito. O prefeito da cidade confirmou que combates entre forças invasoras e tropas de defesa ocorriam na região central da cidade.
Resistência e problemas logísticos
Na maior parte do país, porém, a ofensiva russa permanece estagnada. Segundo informações do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, as tropas invasoras se mantêm a cerca de 30 quilômetros de Kiev, enquanto enfrentam forte resistência das forças locais.
Também em Kharkiv e Chernihiv, as forças russas não conseguiram realizar avanços, apesar de manterem o cerco a essas cidades.
O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que a Rússia tem grande dificuldade em fornecer recursos básicos aos seus soldados, como alimentos e combustíveis, em razão de ataques ucranianos a suas linhas de abastecimento.
Fonte: DW Brasil.