Empresas de todo o mundo estão focadas em adotar práticas de ESG, tendência no mundo dos negócios. Para isso, apostar em uma construção de agenda coletiva, com alianças e parcerias, pode ajudar fortalecer a discussão do tema nas organizações, dizem especialistas ouvidos pelo Valor.
As parcerias feitas entre as empresas oferecem a oportunidade de acompanhar o desempenho de cada organização e inserir outras visões, como de parceiros de outras regiões. O assunto foi discutido na live “Alianças para fortalecer a agenda ESG”, feita pelo Valor em parceria com o Valor Social – área de responsabilidade social da Globo.
Com as alianças, é possível olhar, de forma permanente, métricas e cases, além de avaliar o que cada organização faz, diz Ana Paula Brasil, gerente de Valor Social da Globo, ressaltando que essas alianças são um ambiente de troca relevante e estimulante para as empresas.
Ao citar a prática de ESG da Globo, por exemplo, Ana Paula ressalta que é preciso enxergar a construção coletiva, mas também individual de cada integrante das empresas. Na agenda da Globo, por exemplo, são incluídas atividades como fazer com que as pessoas reflitam sobre o impacto dos seus hábitos cotidianos na crise climática e levar informação de segurança para evitar desinformação sobre o assunto.
“É preciso fazer o dever de casa. É um bom parâmetro: olhar o que as empresas estão fazendo dentro de casa, como economia circular, participação coletiva, noção de responsabilidade. Mas a empresa somos nós”, ressalta.
De acordo com os especialistas, também é preciso entender o impacto de cada organização na situação atual da crise climática, acompanhando a realidade local e integrando a sociedade ao ouvir as suas demandas. Por isso, é preciso voltar a olhar para o “básico”, diz Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU e um dos entrevistados da live.
“Apesar das inúmeras ferramentas disponíveis para ESG nas empresas, precisamos voltar para o básico e entender a materialidade: o que a nossa empresa afeta e o que afeta a nossa empresa?”, diz Carlo. Por isso, afirma ele, é importante discutir o tema para além da organização, mas envolvendo a sociedade, poder público e investidores. “A gente fazendo o básico direito, avançaria muito”.
Os especialistas também destacam a importância de construir o ESG abarcando as múltiplas culturas do nosso país, inserindo alianças de outras regiões, que não a da localidade da empresa. De acordo com Ana Paula, a regionalização pode ser contemplada pelas empresas nas alianças de ESG, com parceria com lideranças locais para entender sobre as demandas daquela região.
“Os pactos são um ambiente de troca e é assim que a gente cresce. A gente enfrenta esse desafio: como olhamos para todas as regiões e como a gente consegue fazer com que todos se sintam representados e vistos? Esses pactos e alianças propõem e desafiam a gente a olhar para questões e regiões ainda pouco contempladas”, diz.