A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, afirmou nesta quarta-feira (29) que a Ucrânia tem permissão para usar armas doadas pelo seu país para atacar alvos em território russo, uma vez que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o direito de um país atacado a se defender de seu agressor.
“A Finlândia não impôs restrições específicas à sua ajuda material à Ucrânia, mas assume que o material será utilizado de acordo com o direito internacional”, disse Valtonen ao jornal finlandês Uusi Suomi.
“A Rússia está travando uma guerra ilegal de agressão na Ucrânia e a Ucrânia tem o direito à autodefesa nos termos do artigo 51.º da Carta das Nações Unidas. Isto também inclui ataques a alvos militares no território do agressor que sejam necessários para a autodefesa”, acrescentou.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, insiste há semanas em receber autorização de seus parceiros ocidentais para atacar o território russo com as respectivas armas, pois argumenta que não pode proteger as populações do nordeste do país quando a Rússia ataca do outro lado da fronteira e que Kiev não dispõe de sistemas de defesa aérea suficientes.
A ministra finlandesa fez estas declarações após o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, ter pedido aos aliados que considerassem permitir que a Ucrânia atacasse a Rússia em seu próprio território com armas ocidentais, algo que vários países proibiram expressamente ao entregar armas a Kiev.
Valtonen participará na reunião informal dos ministros das Relações Exteriores da OTAN que será realizada em Praga, na República Tcheca, nesta quinta-feira (30) e sexta-feira (31) para discutir o apoio militar à Ucrânia e preparar a cúpula da Aliança em Washington no mês de julho.
“O apoio à Ucrânia estará no centro desta reunião e da cúpula da OTAN em Washington. É importante para a Finlândia que a OTAN envie a mensagem mais contundente possível à Ucrânia sobre a continuidade do apoio”, disse em um comunicado da Chancelaria. (Com Agência EFE)