A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) anunciou que mais de 800 mil palestinos já fugiram de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, desde o início da ofensiva israelense em 6 de maio. Antes do conflito, a cidade abrigava aproximadamente 1,5 milhão de pessoas, em sua maioria refugiados de outras regiões do território.
O diretor da agência, Philippe Lazzarini, declarou em sua
conta no X (antigo Twitter) que mais da metade da população foi forçada a
deslocar-se, buscando refúgio em áreas próximas a Khan Yunis, muitos se
abrigando em construções danificadas.
Rafah enfrenta uma severa crise humanitária. Conforme
relatórios das Nações Unidas, a maior parte da população palestina encontra-se
em situação de insegurança alimentar, com cerca de um milhão de pessoas
passando fome no território.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfatizou na quinta-feira (16), após a notícia da morte de cinco militares israelenses em um ataque no norte da Faixa de Gaza, que a ofensiva terrestre iniciada em Rafah dez dias atrás é crucial e definirá o futuro do conflito no enclave palestino.
Ajuda internacional está sendo vendida
Reportagem do jornal americano The New York Times destaca que, sob os bombardeios israelenses, emergiu uma economia de guerra na Faixa de Gaza, centrada em alimentos, abrigo e recursos financeiros. Em diversos casos, pacotes de ajuda humanitária, ainda identificados com as bandeiras dos países doadores e destinados à distribuição gratuita, são comercializados a preços elevados sobre os escombros das calçadas. A maioria das embalagens possui etiquetas alertando que os produtos não são para revenda.
Desde o início da operação militar de Israel na Faixa de Gaza, em resposta aos ataques do grupo Hamas em 7 de outubro, a economia local colapsou. Residentes abandonaram suas residências e empregos. Infraestrutura, mercados e fábricas foram devastados. Áreas agrícolas foram arrasadas por ataques aéreos ou tomadas pelas forças israelenses.