O líder do regime russo, Vladimir Putin, ordenou que as Forças Armadas realizem em breve exercícios táticos com armas nucleares devido às “ameaças do Ocidente”, informou nesta segunda-feira (6) o Ministério da Defesa do país.
“Uma série de atividades (…) para a preparação e uso de armas nucleares não estratégicas será realizada durante os exercícios”, diz o comunicado militar.
Esses exercícios com mísseis, dos quais participarão tanto a Força Aérea quanto a Marinha, serão conduzidos pelas forças do Distrito Militar do Sul, que faz fronteira com a Ucrânia. Além disso, acrescentou a nota, os exercícios têm como objetivo “melhorar a prontidão das forças nucleares não estratégicas para realizar missões de combate”.
Com os novos exercícios, O Exército russo afirmou que pretende “garantir incondicionalmente a integridade territorial e a soberania do Estado russo em resposta às declarações provocativas e ameaças feitas por certos líderes ocidentais contra a Federação Russa”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em entrevista coletiva que os exercícios são uma resposta às declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, e de autoridades britânicas de alto escalão.
“Eles falaram sobre a prontidão e até mesmo a intenção de enviar contingentes militares para a Ucrânia, ou seja, colocar soldados da Otan na frente dos militares russos. Essa é uma nova espiral de tensão crescente. É algo sem precedentes e requer atenção especial e medidas especiais”, disse Peskov.
Em entrevista à revista The Economist, Macron enfatizou novamente, há alguns dias, que não descarta a possibilidade de enviar tropas da Otan para o território ucraniano.
Várias autoridades russas de alto escalão sugeriram o possível uso de armas nucleares táticas em território ucraniano, e se opuseram à possível instalação de tais armas pelos Estados Unidos no Reino Unido.
Além disso, Putin aprovou a instalação de armas nucleares táticas em Belarus, de cujo território as tropas russas entraram na Ucrânia nos primeiros dias da atual guerra.
Essas manobras ocorrem na véspera da posse de Putin para um quinto mandato no Kremlin, que aumentou os gastos na última década com a modernização dos equipamentos nucleares – mísseis intercontinentais, submarinos atômicos e aviação estratégica – para manter a paridade com os EUA.
Em fevereiro, em resposta aos supostos planos da Otan de enviar tropas para a Ucrânia, Putin afirmou que as forças nucleares estratégicas da Rússia estão “em plena prontidão de combate”.
No ano passado, a Rússia revogou sua ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), embora a moratória continue em vigor enquanto os EUA não realizarem tais testes. (Com Agência EFE)