A Argentina reiterou nesta quinta-feira (2) sua posição de
recuperar as Ilhas Malvinas através da “paz, do diálogo e da diplomacia”, no
42º aniversário do afundamento do cruzador ARA General Belgrano, atacado pelo
Reino Unido fora da zona de exclusão militar de 200 milhas durante a guerra
entre os dois países, em 1982.
“Nossa posição é clara: para nós, as Ilhas Malvinas são
argentinas e, neste governo, vamos lutar pela paz, pelo diálogo e pela
diplomacia para recuperá-las. Todo o resto é irrelevante. Não há
discussão”, disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em sua
habitual entrevista coletiva na Casa Rosada, sede do Poder Executivo.
O conflito armado pelas ilhas começou em 2 de abril de 1982 e
terminou em 14 de junho do mesmo ano com a rendição argentina e um saldo de 649
argentinos e 255 britânicos mortos, além de três habitantes das Malvinas.
Quase metade (323) dos mortos argentinos estava no navio de
guerra afundado pelo impacto de dois torpedos do HMS Conqueror, um submarino
nuclear da Marinha Britânica.
“[Este é o] 42º aniversário do afundamento do ARA General
Belgrano pelo invasor britânico durante a Guerra das Malvinas. Essa ação causou
o início formal da guerra e 323 mortos guardando nosso Mar”, escreveu nesta
quinta-feira a vice-presidente argentina, Victoria Villarruel, em suas redes
sociais.
Desde o fim do conflito, o país sul-americano reivindica o
controle das Malvinas, assim como das ilhas Geórgia e Sandwich do Sul no Comitê
de Descolonização das Nações Unidas, por meio de uma solução pacífica.
“Hoje, o Reino Unido continua a ignorar a obrigação de retomar o
diálogo bilateral com a Argentina sobre a soberania das ilhas. Além disso,
lamentavelmente e de forma unilateral, ampliou sua zona de pesca e, portanto,
sua projeção na Antártida. Lembro-me de nossos mortos e de nossa exigência
inabalável de soberania”, acrescentou a vice-presidente.
No final de fevereiro, após uma visita às Malvinas do ministro
das Relações Exteriores britânico, David Cameron, o Reino Unido ampliou a zona
de exclusão de pesca em torno de Geórgia do Sul e Ilhas Sandwich do Sul.
São 166 mil quilômetros quadrados que se somam aos 283 mil quilômetros quadrados sobre os quais já se aplicava uma exclusão, depois que as autoridades britânicas forçaram a criação de uma Área Marítima Protegida em 2012. (Com Agência EFE)