O ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021), candidato
do Partido Republicano na eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos, disse
que cada estado deve legislar sobre o aborto, deixando implícito que não buscará,
caso seja eleito, uma lei nacional sobre o tema.
Num vídeo divulgado na sua rede social, Truth Social, o republicano
alegou que “sempre se deve seguir o seu coração”. “Mas devemos vencer. Temos
que vencer”, disse Trump, a respeito de posições pró-vida.
A posição do ex-presidente é igual à da Suprema Corte
americana, que em 2022 derrubou a jurisprudência do caso Roe vs. Wade, de 1973,
que havia determinado que os estados americanos não poderiam ter leis vetando o
aborto antes da chamada viabilidade (quando o feto tem condições de sobreviver
fora do útero, por volta de 24 semanas de gestação).
A decisão do ano retrasado do Supremo americano devolveu aos
estados americanos a liberdade de legislar como preferissem sobre o aborto.
Dessa forma, muitos estados governados pelos republicanos reativaram ou
implementaram leis pró-vida mais rígidas.
“Esta batalha de 50 anos sobre Roe vs Wade tirou o assunto das mãos federais e o trouxe para os corações, mentes e votos das pessoas em cada estado. Foi realmente algo importante. Agora, cabe aos estados fazer a coisa certa”, disse Trump no vídeo.
O republicano se disse favorável a exceções em casos de estupro, incesto e para proteger a vida da mãe e à fertilização in vitro.
Movimentos conservadores e pró-vida esperavam que Trump defendesse a adoção de uma lei nacional severa sobre o aborto, mas isso não ocorreu.
A campanha do presidente Joe Biden, defensor do aborto,
divulgou um comunicado criticando Trump e alegando que o republicano deve
perder votos por sua postura sobre o procedimento.
“Ele [Trump] está preocupado que, como ele é o responsável por derrubar Roe vs Wade, os eleitores o responsabilizem em 2024. Bem, tenho novidades para Donald. Eles vão fazer isso”, apontou a nota.