O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,2% em fevereiro, para R$ 5,797 trilhões, conforme divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 8%.
O saldo total do crédito livre subiu 0,1% em fevereiro, chegando a R$ 3,361 trilhões, enquanto o crédito direcionado avançou 0,5%, para R$ 2,435 trilhões.
O saldo total de crédito para as famílias aumentou 0,5% no mês, a R$ 3,578 trilhões. Para as empresas, houve queda de 0,2%, para R$ 2,218 trilhões.
As projeções mais recentes do BC para o crescimento do crédito em 2024 são de 9,4% para o total; 8,9% para o livre; 10% para o direcionado; 10,2% para pessoas físicas; 8% para pessoas jurídicas.
O volume de novos empréstimos e financiamentos caiu 0,3% em fevereiro, na série dessazonalizada, que retira peculiaridades de um determinado período, como número de dias úteis a mais ou a menos. A comparação é com o mês anterior.
Houve queda de 0,3% tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. No crédito livre total, as concessões com ajuste sazonal caíram 1%. No crédito direcionado, cresceram 6,7%.
As concessões totais, sem a dessazonalização, diminuíram 5,4% no mês e somaram R$ 501,6 bilhões. Para clientes corporativos, os novos empréstimos declinaram 2,8% em relação ao mês anterior, totalizando R$ 213 bilhões.
Para as famílias, o sistema financeiro concedeu R$ 288,4 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, queda de 7,3% em relação a janeiro.
As concessões com recursos livres, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e clientes, caíram 6,2%. Já as operações com recursos direcionados, que são regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários, aumentaram 3,4%.
Juro médio e inadimplência
A taxa de juros média anual cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito cedeu 0,4 ponto percentual, para 27,8% em fevereiro, em relação a janeiro. Em 12 meses, houve recuo de 3,3 pontos percentuais.
A taxa cobrada das pessoas jurídicas, por sua vez, cedeu 0,7 ponto, para 18,8%. Para as pessoas físicas, a taxa ficou em 32,2%, vinda de 32,5%.
Nos recursos livres, a taxa média saiu de 40,5% em janeiro para 40,2% em fevereiro. Já nos recursos direcionados, a taxa média caiu de 10,4% em janeiro para 10,1% em fevereiro
Já o spread, que mede a diferença entre as taxas que os bancos cobram nos empréstimos e o custo de captação desses recursos, saiu de 19,5 pontos percentuais em janeiro para 19,2 pontos em fevereiro.
Nas operações de crédito com pessoas físicas, o spread ficou em 24,1 pontos percentuais, contra 24,3 pontos em janeiro. No crédito às empresas, ficou em 9,2 pontos em fevereiro, contra 9,7 pontos no mês anterior.
Por sua vez, a inadimplência média das operações de crédito ficou estável de 3,3% em fevereiro, na comparação com o mês anterior.
Entre as empresas, a taxa média ficou em 2,6%, sem modificações. O mesmo ocorreu com a inadimplência nas operações com pessoas físicas, com 3,7%.
Não houve também alteração no crédito com recursos livres (4,6%) e no direcionado (1,4%).