O UP Summit, realizado em Goiânia de 15 a 17 de março, é um acelerador do ecossistema empreendedor da região Centro-Oeste. Uma oportunidade para que empreendedores de todos os portes possam obter conhecimento, networking e conexões, aprendizado e inspiração, além de uma Feira de Negócios. Na sexta-feira (15), cerca de 1,5 mil pessoas se reuniram no auditório da Pontifícia Universidade Católica (PUC-GO) para assistir a palestras como de André Nunes, conhecido como O Gigante, Samuel Melo, destaque nacional no marketing digital, Lohan Soares, goiano e um dos sócios fundadores da Milky Moo, e de Caíto Maia, dono da Chilli Beans, que fez parte do Momento Sebrae, que é apoiador do evento na capital.
Caíto contou desde o início da sua trajetória como vocalista de uma banda e de quando surgiu a ideia de trabalhar com a venda de óculos escuros. O empresário morou nos EUA para estudar música, e ao ir à praia percebeu um nicho de mercado interessante para o Brasil. Comprou 200 óculos de sol e vendeu muito facilmente. Com várias empresas interessadas em vender o produto, Caíto abriu uma importadora e chegou a ter 250 clientes no mercado brasileiro, mas a empresa foi por água abaixo quando dois grandes clientes deixaram de pagar.
Mas foi com um quiosque no Mercado Mundo Mix, uma feira itinerante dos anos 90 que vendia roupas, acessórios e tinha espaço para novos estilistas, que Caíto montou o primeiro estande de venda da Chilli Beans. Com uma administração completamente voltada para a inovação, para inclusão e diversidade, em 2000, a Chilli Beans foi a primeira empresa a montar um quiosque em shopping, sendo que esses estabelecimentos antes aceitavam apenas cafés e lanches nesses locais.
Durante a pandemia, Caíto percebeu que no Norte e no Nordeste do país as pessoas procuravam no Google não por “óculos escuros”, mas por “Chilli Beans”. “Isso é força da marca. O que me salvou durante a pandemia foi o investimento que fiz em marca, e isso não é anunciar o produto, e sim um conceito. Exercitar a marca, contar história, é essencial para que isso aconteça e o negócio escale”, afirmou.
Mais de 20 anos depois do início das atividades, a marca Chilli Beans é consolidada como a maior rede especializada em óculos e acessórios da América Latina e possui mais de 800 pontos de venda no Brasil, Portugal, Estados Unidos, Colômbia, Kuwait, Peru, México, Bolívia e Tailândia. Além das lojas e quiosques tradicionais, a marca já conta com várias flagships. Em São Paulo, a loja conceito fica na luxuosa Oscar Freire, e nos EUA, uma delas fica em Santa Mônica, na Promenade, o calçadão que concentra as marcas mais descoladas. Já em Portugal, a capital Lisboa é a sede da loja conceito.
A plataforma de negócios lança semanalmente dez modelos de óculos de sol, cinco de relógios e sete de armações de grau. A empresa foi pioneira no conceito de ótica self-service, que permite ao cliente manusear e experimentar os produtos, e também a primeira marca do segmento a inaugurar uma máquina de customização, que permite que o cliente fabrique seus próprios óculos.
Com 120 lojas próprias, Caíto resolveu vender todas e ficar com como franqueador e vendedor. “Uma mensagem importante que quero deixar para os empreendedores. Encontre na cadeia qual é o lugar de vocês. Não sou o fabricante, não sou da logística. Eu sou um diretor de marketing sensacional, sei como foi a minha vida, sei o que fazer. Mas vejo empresários fazendo um pouco de cada coisa e dessa forma o empreendimento não ganha corpo. O que eu quero dizer é delegue para quem tem competência e encontre onde você faz melhor”, disse.
Tecnologia, inovação e mercado
A empresa lançou a Loja 2.0 um espaço físico com venda on-line. De acordo com Caíto, enquanto os vendedores não estão atendendo clientes, estão produzindo vídeos para o on-line, que representa 25% de toda venda interna no Brasil. A Chilli Beans não atua em municípios com menos de 50 mil habitantes, e o Brasil possui, de acordo com o IBGE, 900 municípios com esse perfil. Caíto Maia já encontrou uma solução viável para atender esse público, com lojas-contêineres. “Temos aí como conquistar esse espaço com mais 900 lojas por todo o Brasil”, comemora o sócio fundador.
Outra ferramenta importante que fez a empresa estar mais ainda no on-line foi o e-commerce. O sócio conta que é preciso buscar oportunidades. “O e-commerce, com a venda não por catálogo, mas com um produto e um vídeo pequeno contando uma história fez as vendas triplicarem”, contou.
Outro estudo de mercado que deu certo foi lançar a Ótica Chilli Beans, que vende óculos para quem possui problemas visuais. Segundo Caíto, uma pesquisa de 2022 mostrou que até 2050 50% da população terá miopia, mas que os casos já aumentaram muito depois da pandemia em que as pessoas ficaram muito tempo ligados em telas. “Nesse caso, nós unimos mais uma vez a oportunidade com a expertise que já temos na produção de óculos e lentes. É preciso arriscar e sair da curva, não é possível ficar apenas com um segmento de negócio”, enfatizou Caíto.
Marketing e inteligência artificial
Para posicionar a marca, Caíto explica que é preciso ter coragem para investir e fazer parcerias que vão de encontro ao público e fortaleçam a marca. A Chilli Beans já foi patrocinadora do Programa BBB da Globo, já participou de vários festivais musicais no Brasil e no exterior, campanhas com parceiros como o músico Lenny Kravitz, o estilista Herchcovitch, a Coca Cola e um navio cruzeiro da marca reúne famosos desde 2012.
No Rock in Rio, em 2019, por exemplo, a Chilli Beans deixou sua marca celebrando o amor e a diversidade na capela da Rota 85. Foram três casamentos, vários pedidos e Elvis Presley uniu cerca de dois mil pombinhos durante o festival. O evento contou com uma loja na Rock Street e uma loja secundária na Área Vip.
Em 2024, a Chilli Beans tem planejadas 28 campanhas de marketing e 14 delas serão feitas por inteligência artificial (IA). Caíto disse que a IA faz produções espetaculares com um mínimo de custo. “Claro que a IA não vai tomar o lugar dos fotógrafos, dos sentimentos e olhares que só os humanos têm, mas é preciso saber utilizar a ferramenta a nosso favor, por isso resolvemos balancear, e metade delas serão por IA.”
O UP Summit
O evento que aconteceu em Goiânia de 15 a 17 de março reuniu cerca de 10 mil visitantes no Centro de Convenções da PUC. Ao todo foram 20 palestras e uma feira de negócios com estandes em um espaço disruptivo. O criador do evento, Wasley Costa, ressaltou a importância do UP Summit em fomentar, incentivar e movimentar o empreendedorismo na capital e na região. “Resolvi fazer esse evento aqui porque há muita demanda e a região tem plena capacidade para absorver um produto que normalmente é padrão Rio-São Paulo. A busca de conhecimento é para todos”, frisa. O evento está programado para acontecer novamente no ano que vem.
Para o analista do Sebrae Goiás Bruno Lyra, esse evento mostra que o estado é destaque quando se trata de empreendedorismo e que o público está à procura de conhecimento e aprendizado. “Para o Sebrae, é muito importante participar e oferecer consultorias gratuitas para um grupo tão qualificado e exigente. Os palestrantes trazem temas que reforçam a necessidade do planejamento do empreendimento, do marketing digital, da inovação, do uso da inteligência artificial e do ESG, entre muitos outros assuntos. Conhecer essas histórias é um incentivo para aqueles que estão na luta pelo sucesso dos seus negócios e nós nos colocamos à disposição para orientar sobre os melhores caminhos”, avaliou. A instituição manteve um estande no local, onde divulgou seus produtos e realizou atendimentos ao público.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463
Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178
Acesse aqui a Vitrine do Sebrae Goiás.
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