O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou, nesta sexta-feira (26), que as manobras Steadfast Defender, organizadas pela OTAN e consideradas seus maiores exercícios militares das últimas décadas, poderão ter consequências “trágicas” para a Europa.
“Durante vários meses, um grupo de 90 mil soldados de 31 países-membros da OTAN, mais a Suécia, irá operar ativamente perto das fronteiras russas, em um território que se estende da Noruega à Roménia”, afirmou a porta-voz diplomática russa, Maria Zakharova, em entrevista coletiva.
Tal comportamento da organização ocidental, segundo Moscou, não só “aumenta o risco de incidentes militares”, mas pode ter “consequências trágicas para a Europa”.
A diplomata russa disse ainda que a Rússia “não tem planos de atacar os países vizinhos integrantes da aliança”.
O presidente russo, Vladimir Putin, viajou nesta quinta (25) ao enclave de Kaliningrado, localizado entre Polônia e Lituânia, pouco depois do início dos exercícios militares da OTAN. O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, negou que a viagem tenha sido uma “mensagem” à Aliança Atlântica e acrescentou que “foram tomadas todas as medidas” para garantir a segurança do chefe do Kremlin durante o voo do seu avião para o enclave sem revelar a rota da aeronave.
O bloco ocidental iniciou nesta semana as manobras militares “Steadfast Defender 2024”, que incluem 90 mil soldados dos países-membros e da Suécia, cuja entrada na aliança depende agora apenas da aprovação da Hungria. Os exercícios, que durarão até o mês de maio, serão realizados principalmente no lado oriental da Aliança.