O Peru, que divide fronteira com o Equador, declarou estado de emergência, nesta terça-feira (9), em meio à onda de violência que tomou conta do país vizinho.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, que comunicou ainda o envio dos ministros do Interior e da Defesa para uma cidade localizada na divisa entre os dois países , a fim de coordenarem as ações de segurança na região, que vão contar com um contingente da Diretoria de Operações Especiais da polícia para a fronteira com o Equador, segundo informou o Ministério do Interior em sua conta oficial na rede social X.
De acordo com a imprensa equatoriana, pelo menos 10 pessoas morreram até agora na onda de violência sem precedentes desencadeada por organizações criminosas no país, sendo dois policiais.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, emitiu um decreto declarando a existência de um conflito armado interno em nível nacional e ordenando que as forças militares atuem para desmantelar 22 grupos do crime organizado transnacional classificados como organizações e atores terroristas não estatais beligerantes.
Autoridades policiais afirmaram que 70 pessoas já foram presas desde o início dos ataques, três dos seus agentes feitos reféns foram libertados e 17 fugitivos recapturados, além de terem sido apreendidas armas, munições, explosivos e veículos.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que acompanha “com preocupação” as ações do crime organizado em diversas cidades do Equador. O governo brasileiro manifestou solidariedade aos equatorianos e passou a investigar de perto a situação após o desaparecimento de um cidadão no país, que teria sido sequestrado também em meio aos ataques criminosos na cidade de Guayaquil, a mais populosa do Equador.
Segundo informou o Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá, ainda na manhã desta quarta-feira (10), com o ministro Mauro Vieira e o assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim, para definir como o Brasil pode auxiliar nas buscas pelo cidadão e no auxílio ao governo equatoriano contra as facções criminosas.