A vice-presidente da Nicarágua e esposa do ditador Daniel Ortega, Rosario Murillo, criticou a Igreja Católica, após o papa Francisco ter manifestado “preocupação” na segunda-feira (1º) e pedido que “se busque sempre o caminho do diálogo” diante de uma nova onda de repressão contra a instituição no país centro-americano.
“Como podemos acreditar em personagens que destilam maldade,
como podemos acreditar em personagens cujas vozes falam de ganância, inveja, egoísmo,
do mal? Como podemos acreditar que eles são representantes de Deus na terra?”,
declarou Murillo, segundo informações do jornal Confidencial.
“As manifestações de alguns que vemos, com os rostos conhecidos
de destruição, demolição e sobretudo de farsa, engano, fraude, essa não é a
face de Deus”, disse a vice-presidente.
Desde o último dia 20 de dezembro, a polícia da Nicarágua
prendeu um bispo, 13 padres e dois seminaristas, segundo defensores dos
direitos humanos e líderes da oposição no exílio.
De acordo com a advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina, contando outros religiosos que já estavam presos, como o bispo Rolando Álvarez, condenado no ano passado a mais 26 anos de prisão por “traição à pátria” e outras acusações, hoje há 18 bispos, padres e seminaristas presos na Nicarágua. (Com Agência EFE)