Rio transformará quiosque onde Moïse foi morto em memorial

Por Milkylenne Cardoso
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A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou neste sábado (05/02) que os quiosques Tropicália e Biruta, próximos aos quais o congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi brutalmente assassinado, serão transformados em um memorial em homenagem à vítima e em alusão à cultura africana. A gestão de um dos espaços, na Barra da Tijuca, será oferecida à família de Moïse.

O anúncio foi feito pelo secretário de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, e confirmado pelo prefeito, Eduardo Paes. A ideia é que os dois quiosques empreguem refugiados africanos.

“A transformação do local busca ser uma reparação à família, uma oportunidade de inserção socioeconômica de refugiados, além de um ponto de transmissão da cultura africana”, disse Pedro Paulo no Twitter.

Segundo ele, o memorial representará “uma lembrança para que não seja fácil esquecer e que jamais se repita a barbárie que o vitimou”.

“O que aconteceu foi algo brutal, inaceitável e que não é da natureza do Rio. É nosso dever ser uma cidade antirracista, acolhedora e comprometida com a justiça social”, escreveu no Twitter.

Foto em memória de Moïse

O projeto será desenvolvido em parceria com a concessionária Orla Rio, que administra os quiosques na região, e deve ser executado o mais brevemente possível. No entanto, uma data ainda não foi divulgada.

Está prevista, também, a instalação de um painel entre os dois quiosques, com a foto de Moïse. Segundo a prefeitura, o novo layout do local e a montagem do memorial ficarão a cargo de profissionais negros. Além disso, Sesc e Senac vão oferecer capacitação aos trabalhadores dos quiosques para atuar no setor de alimentação.

No futuro, o local também poderá sediar exposições de arte, apresentações musicais típicas e feiras de artesanato.

A prefeitura do Rio de Janeiro informou que o contrato de concessão com os atuais operadores dos dois quiosques está atualmente suspenso, enquanto ocorrem as investigações do crime.

Caso comprovado que os atuais operadores não têm relação com o assassinato, será discutida a transferência deles para outro espaço. Do contrário, eles terão as licenças canceladas.

Moïse foi espancado até a morte em frente ao quiosque Tropicália no dia 24 de janeiro. Três homens foram presos suspeitos do crime –  um deles era funcionário do quiosque Biruta.

Referencia: DW Brasil

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