O Ministério Públicou de Goiás (MPGO) realizou, em cerca de um ano, quatro operações em presídios e em casas de investigados supostamente ligados a uma facção criminosa paulitas (PCC), conseguindo, até o momento, 44 condenações. Nesta terça (23), após cumprir 21 mandados de busca e apreensão, eles apresentaram o resultado destes aproximados 11 meses de investigação.
Ainda sobre esta última ação, a Operação Irmandade do Crime cumpriu mandados nas unidades prisionais e residências em Aparecida, Rio verde, Quirinópolis, Cachoeira Alta e São Simão, e agora analisa os materiais apreendidos. Alguns alvos já estavam presos por latrocínios, roubos e homicídios.
Vale citar, as ações em presídio ocorrem em parceria com a Polícia Penal. Os integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) chegaram aos nomes dos investigados, nesta terça, após as outras três operações do MP.
Operações
Segundo o MP, as operações foram: Sintonia Goiás, Família, Honoris Criminis e, a última, Irmandade do Crime. Destas, três investigações foram concluídas e houve oferecimento de denúncias com sentenças condenatórias expedidas.
Em 21 de março deste ano, a Operação Honoris Criminis cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva contra dois advogados, que já foram denunciados pelos crimes de integração à organização criminosa, lavagem de dinheiro e receptação. Estes foram cumpridos em Anápolis, Valparaíso de Goiás e no Distrito Federal.
Já a Operação Família aconteceu em 15 de setembro de 2023. Na ocasião, houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, além de dois de prisão preventiva, em Aparecida de Goiânia. Um deles contra uma advogada. Esta ação gerou denúncia a três pessoas, sendo dois advogados. Ocorreu, ainda, a transferência de um réu para a Penitenciária Federal de Mossoró.
Já a primeira delas, há quase um ano (10/5/2023), foi a Operação Sintonia Goiás, com o cumprimento de 38 mandados de busca e apreensão e 70 de prisão preventiva. Ao todo, 69 pessoas foram denunciadas pelo crime de integração à organização criminosa. Em decorrência dessa ação, 44 pessoas foram condenadas em penas que variam de 5 a 7 anos de reclusão.
Esta cumpriu mandados em diversos Estados, mas em Goiás: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Guapó, Catalão, Três Ranchos, Itumbiara, Panamá, Morrinhos, Caldas Novas, Jataí, Mineiros, Planaltina de Goiás, Formosa, Novo Gama, Uruaçu, Mara Rosa, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Quirinópolis, Edeia e Jaraguá.
Conforme o MP, em duas investigações, os promotores encontraram provas de cooptação de advogados para serviços em favor da facção criminosa. O órgão afirma que eles utilizavam o serviço de “pombo-correio” entre presos e faccionados no meio externo.
Também em duas investigações eles encontraram provas que estes juristas eram instruídos pelas facções a orientar familiares e parceiros dos presos para realizarem falsas denúncias de maus-tratos nas prisões.
Com informações: Ministério Público de Goiás