Ditadura não consegue comprar leite suficiente em Cuba, e preço dispara no mercado negro

Por Milkylenne Cardoso
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HAB01 ZARAGOZA (CUBA) 28/04/2020.- Dos hombres con tapabocas reparten cántaras de leche en un carretón halado por un caballo, en el poblado de Zaragoza, este martes 28 de abril del 2020, en el municipio de San José, provincia de Mayabeque, al este de la capital cubana. La muerte de dos enfermos de COVID-19 elevó a 58 el total de fallecidos por coronavirus en Cuba hasta este martes, cuando la isla anunció 48 casos más para un acumulado de 1.437 positivos y la cifra de altas diarias volvió a sobrepasar la de nuevos contagios. EFE/Ernesto Mastrascusa

O país não consegue ter uma produção autossuficiente do alimento. Dados oficiais indicam que Cuba produziu 455 mil toneladas de leite fresco em 2020, quantidade insuficiente para uma população de pouco mais 11 milhões de habitantes, conforme salientou a Federação Pan-Americana de Laticínios à France Presse.

O país depende das importações de leite em pó, cujo fornecimento se tornou crítico desde setembro. O regime comunista, claro, culpa o embargo econômico dos Estados Unidos, mas o Congresso americano aprovou em 2000 que alimentos sejam exportados para a ilha desde que pagos antecipadamente e em espécie.

O problema é que, sem dólares em caixa, com as finanças fragilizadas por décadas de comunismo, com a perda de recursos do turismo, para o qual Cuba se fechou devido à pandemia de Covid-19 e se reabriu apenas recentemente, e sem acesso a crédito internacional, o país só consegue fazer essas compras de forma parcelada, o que o impede de adquirir leite dos americanos, que estão entre os maiores exportadores do mundo.

Fornecedores mais distantes são a alternativa: de acordo com a France Presse, a Nova Zelândia, a Bélgica e o Uruguai foram os responsáveis pelas maiores vendas de leite em pó a Cuba em 2020. Outro problema são as dificuldades logísticas criadas pela pandemia, com contêineres retidos ao redor do mundo.

Essa escassez acaba gerando inflação dos preços do leite e de outros alimentos no mercado negro. “As pessoas encontram 1 quilo de malanga [tubérculo de clima tropical] a 80 pesos [R$ 17,51], um saco de leite em pó está perto de mil pesos cubanos [R$ 218,83], um saco de pão, que contém no máximo sete a dez pães, pode custar entre 40 e 50 pesos [R$ 10,94]. Não existem tais produtos no mercado, por isso é muito difícil para as pessoas ter acesso a eles”, disse Ángel Marcelo Rodríguez Pita, membro da plataforma Cuba Humanista, à Radio Televisión Martí.

Na quinta-feira (10), o jornal oficial da ditadura castrista, o Granma, informou que a distribuição de leite em pó que está sendo feita até 20 de fevereiro disponibilizará, ao invés do produto integral, leite desnatado para crianças de 1 a 6 anos de idade das províncias de Pinar del Río, Artemisa, Holguín e Guantánamo, “que é ao que o país conseguiu ter acesso”. As crianças de 0 a 1 ano receberão leite fortificado e integral, segundo a mídia do regime.

Para os primeiros dez dias de fevereiro, foi garantida a entrega de leite fortificado para crianças de 0 a 1 ano e de leite integral para crianças de 1 ano a 6, mas para gestantes e crianças com doenças crônicas, o alimento ainda não foi entregue por estar em falta.

Fonte: Gazeta do Povo

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