Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidade é um dos dez maiores problemas de saúde pública, uma epidemia que já atinge 300 milhões de pessoas pelos cinco continentes. No Brasil esse cenário não é diferente e o número de indivíduos com obesidade evolui de maneira preocupante nos últimos anos, sendo que quatro em cada dez brasileiros atualmente estão acima do peso. Um estudo apresentado em Junho de 2024 no Congresso Internacional de Obesidade aponta que em 20 anos cerca de 75% dos brasileiros terão obesidade ou sobrepeso. Um dado alarmante!
Por isso é tão importante buscar ajuda especializada, para prevenir e tratar comorbidades que podem levar a redução da expectativa de vida.
O tratamento da obesidade pode ser clínico ou cirúrgico. “A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes que sofrem de obesidade, e que há pelo menos 2 anos vem lutando contra a perda de peso porém sem sucesso. Outro critério é o Índice de Massa Corporal (IMC). Indicamos cirurgia bariátrica para pacientes com IMC igual ou acima de 35kg/m2 que apresente pelo menos uma comorbidade, como hipertensão, diabetes, gordura no fígado, apneia do sono, e para aqueles pacientes com IMC igual ou maior de 40kg/m2 independente de apresentar ou não comorbidades”, explica o cirurgião bariátrico DR THIAGO BECKER.
Segundo o cirurgião, a perda de peso é esperada, mas é preciso entender que a cirurgia bariátrica não faz milagre sozinha. Além da cirurgia ser bem indicada e realizada por um especialista, o resultado final depende da mudança de hábitos de vida do paciente e da sua dedicação e disciplina. “O paciente perde peso com a cirurgia bariátrica, mas mais difícil que perder peso, é manter essa perda de peso. E para ter sucesso a longo prazo, eu sempre reforço aos meus pacientes que é fundamental seguir uma dieta saudável, praticar atividades físicas regularmente e manter o acompanhamento com a equipe multiprofissional”, ressalta.
A obesidade está relacionada a diversos problemas de saúde. Quanto maior o Índice de Massa Corpórea maior o risco de problemas cardiovasculares – incluindo infarto do miocárdio e AVC, além de doenças de articulações, apneia do sono, diabetes e suas complicações, depressão, câncer, entre outros, afetando a qualidade de vida e a longevidade.
Cada vez mais a cirurgia bariátrica é uma técnica segura. Isso se deve a dois fatores importantes. Primeiro, devido ao pré operatório detalhado que é feito entre o cirurgião e sua equipe multiprofissional, com uma vasta lista de exames complementares; e em segundo lugar, devido aos avanços tecnológicos na área cirúrgica, com o desenvolvimento de procedimentos minimamente invasivos, que permitem recuperação mais rápida, precisão cirúrgica e principalmente segurança ao paciente.